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Sem poder levar alunos para cerimônia, professora casa na sala de aula

Redação - 29 de novembro de 2018 - 15:41

Juiz quebrou o protocolo e foi até uma escola estadual celebrar casamento para que os alunos não ficassem de fora. (Foto: Comunicação TJMS)
Juiz quebrou o protocolo e foi até uma escola estadual celebrar casamento para que os alunos não ficassem de fora. (Foto: Comunicação TJMS)

Quando a professora Elizabete Aparecida Rodrigues Coutinho, de 44 anos, contou aos alunos que se casaria no mês de dezembro, as crianças logo pediram para fazer parte da cerimônia. Mas ficava difícil uma festa para tanta gente. Por isso, ela decidiu mudar os planos e levar o casamento até eles, dentro da escola onde trabalha, em Jateí, a 266 quilômetros de Campo Grande.

Com a chegada da Carreta da Justiça à cidade, estacionada a cerca de 200 metros da escola, Elizabete falou sobre seus planos e o juiz Luiz Felipe Medeiros Vieira aceitou quebrar todos os protocolos e foi até a Escola Estadual Professora Bernadete Santos Leite realizar a cerimônia, dentro da sala de aula.

Foi como uma homenagem à ex-faxineira que, depois dos 30 anos, conseguiu com muito esforço dois diplomas do Ensino Superior.

Com camiseta de uniforme, mas lacinhos na cabeça e um pouquinho de arroz nas mãos para jogar na professora ao final da cerimônia, os alunos ficaram radiantes. “Foi uma experiência única”, diz Elizabete. “As crianças ficaram naquela euforia e alegria total. As professoras compraram bolo e a diretora Paula prontamente autorizou a cerimônia. Foi mais especial do que eu imaginava”.

Elizabete vivia uma união estável com o tratorista Israel Gomes, desde 2015, quando há poucos meses decidiu fazer um casamento. “Eu já estava me preparando para uma festa simples, até com dupla sertaneja no dia 22 de dezembro, quando escutei dos meus alunos que eles queriam participar da festa”.

Sem pensar duas vezes, a professora trocou a festança só para ter os alunos como convidados especiais em seu casamento. “Hoje eu não trocaria eles por nada, festa nenhuma substituiria meus alunos”, declara.

O casamento foi comemorado com bolo, refrigerante e chuva de arroz feita pelos pequenos que não esconderam a alegria do momento.

Professora há seis anos, Elizabete venceu as dificuldades para se formar em uma universidade pública. Ela era faxineira em uma escola estadual quando passou no vestibular da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso Sul) para mudar a vida de crianças e adultos através da educação. Hoje, formada em Geografia e Pedagogia, ela sai todos os dias de Glória de Dourados, cidade onde mora, e vai de carro até Jateí ensinar aos alunos.

Inspirada com a cerimônia, agora Elizabete só tem dois desejos. “Continuar educando e terminar minha casa nova. Depois disso não preciso de mais nada”, completa.

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