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Sem mocinhos no ‘Faroeste Brasil’

Manoel Afonso - 19 de julho de 2019 - 15:55

Sem mocinhos no ‘Faroeste Brasil’

VALTER DE CASTRO Perdi um leitor. Fui à festa de suas ‘bodas de ouro’. Era difícil não gostar dele. Simples, bonachão, esticava o papo. Uma trajetória de político versátil; vereança na capital (1963/1967); dep. estadual (1967/1971), dep. federal (1975/1979) ( 1979/1983) e Secretário Estadual da Saúde nas gestões de Harry Amorim e Marcelo Miranda. A inquietude notória: passou pelo PMDB, PTB, PDT e PDS; presente nas eleições como vencedor e perdedor. Sua morte no último dia 9, aos 91 anos, deixa um vazio nas boas referências da política. Bem que alguns políticos atuais poderiam ter aprendido um pouco com ele na arte de se relacionar com os eleitores e a imprensa.

ENROSCADO Não se trata de machismo como ocorreu com a atriz Patrícia Pilar. Agora o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) tem pela frente a deputada federal Tabata Amaral (PDT) (26 anos) – cientista política pela Harvard (USA) que obteve 264.450 em São Paulo. Ameaçada de expulsão por votar pela reforma da previdência, ela questiona as incoerências e diretrizes dos partidos políticos que atendem mais a certos nichos do que aos interesses da sociedade. Mas o PDT teria moral para expulsá-la? Se fizesse perderia eleitores, fundo partidário e diminuiria a bancada. E segundo o TSE, parlamentar expulso não perde o mandato. E Tabata é hoje uma ‘noiva cobiçada’.


PERGUNTA-SE: Será que essas cartilhas partidárias escritas por gente nem sempre sintonizada com as novas tendências da sociedade seriam adequadas? Há quem entenda que essas ‘diretrizes’ mais parecem bulas de remédios. Depois da internet e das redes sociais há uma camada social que não suporta mais o ranço do caciquismo na política. Vejam o caso dessa jovem ( Tabata) preparada que estreou nas urnas sendo a sexta candidata mais votada do Estado de São Paulo. Tabata não recuou apesar do velho discurso ‘trabalhista’ de Ciro Gomes e ela está abrindo uma janela para se debater o verdadeiro atual papel dos partidos políticos. Novos capítulos virão.


ARREMATE Quanto maior for o radicalismo do PDT, PSB e outras siglas da esquerda, maiores serão as possibilidades de ficarem menores. Assim acabarão empurrando políticos de expressão para partidos liberais (centro). Lembro: em 2003 o PT expulsou os deputados Tarso Genro, Heloisa Helena entre outros, porque eles votaram contra a reforma da previdência enviada pelo então presidente Lula (PT). E tem outro componente: os partidos de esquerda – com os velhos caciques e ideologias – não estão conseguindo mais atrair gente nova que não seja ligada a sindicatos e movimentos sociais. Perderam o encanto após o desmascaramento de suas praticas corruptas.


FIDELIDADE Impossível formatar um grupo político sem o fator fidelidade de seus integrantes. Quando converso com Carlos Alberto de Assis percebo sua cumplicidade com o projeto do governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Numa entrevista recente a FM Cidade, Carlos Alberto foi taxativo: “sigo o chefe – se ele se atirar do décimo andar também pulo”. Ironias à parte, ele vem usando de sua notória inserção em vários segmentos sociais para consolidar a junção do partido à candidatura à reeleição do prefeito Marco Trad (PSD). Assis é uma espécie de coringa que vem dando conta do recado por onde passou na gestão pública. É bom guardar esse nome.

REFORMA ou remendo? É bom ficar de olho. A reforma tributária tem 3 opções. A primeira é do Governo que funde 5 tributos (Cofins, IPI, CSLL e IOF num só; o IVA, além da criação de um novo CPMF. Outra substitui 3 tributos federal o PIS, a Cofins, IOF – o estadual ICMS e o municipal ISS em um único imposto que é o IBS ( Imposto Sobre Bens e Serviços) cuja receita seria compartilhada entre União, Estados e Municípios. Outra proposta, que é do Senado: criaria o IBS e o Imposto Seletivo – mas extinguindo 7 tributos federais citados nas propostas iniciais, mais o PIS/Pasep, IOF, a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido, o Salário Educação e a Cide Combustíveis.


DESAFIO Os homens são movidos a desafios. Alguns mais, outros menos. No caso do ex-juiz federal Odilon de Oliveira ele manifesta desejo de perseguir o sonho político com a candidatura a prefeito em Dourados ou Três Lagoas. Após deixar o PDT analisa o cenário para definir o novo partido. Mas o cargo de ex-magistrado cobra-lhe cautela; será vigiado pelos adversários e olhos da opinião pública. Toda sua postura como julgador ha de ser compatível com suas escolhas/parcerias, sob pena de ser visto como incoerente. Essa ‘sombra’ irá acompanhá-lo; não há como desassociá-lo da antiga função. É oportuno lembrar o que anda acontecendo com o ex-juiz Sergio Moro.


ODILON de Oliveira obteve 56,44 dos votos em Três Lagoas para o Governo; o PSDB chegou a 29,64%; o PT 10,79%, o MDB só 6,13%. Essa votação garantiria a solidez da candidatura do ex-Juiz? Qual seria a reação do eleitor com um concorrente de fora, sem vínculos, militância e convivência social? Eleição municipal é guerra; o discurso diferente; vai até as entranhas dos personagens. Qual time político acolheria o ex-Juiz. Pelo desgaste do grupo emedebista, pela baixa votação do deputado Eduardo Rocha (MDB) em 2018 naquela cidade, Odilon faria opção pelo seu partido. Acredita nisso? Não seria só cascata, marketing para ficar na mídia de olho na prefeitura da capital?


NA HIPÓTESE de Odilon se acertar com o MDB como candidato a prefeito da capital teríamos situações interessantes. Ele teria que esquecer o discurso que fez no 1º turno das eleições Governo, já que no 2º turno ganhou apoio do MDB do ex-governador André Puccinelli. Outra surpresa seria o procurador Sergio Harfouche (PSC) como candidato a vice prefeito. Longe de antever um estranho cenário messiânico, onde a religiosidade ofuscaria as propostas sobre a gestão pública, lembro que Herfouche é da Igreja Batista e ficou famoso pelas concentrações no Estádio Douradão. Bem, como o presidente Jair Bolsonaro (PSL) anda priorizando a religião, tudo é possível.

ALELUIA... Para a economia não há distância proibitiva. Os ex-comunistas e agora capitalistas russos ficaram sócios dos bolivianos que serão fornecedores de gás por 20 anos à gigante russa Acron na fábrica – UFN3) de Três Lagoas com obras paradas desde dezembro de 2014. E há um aspecto a se destacar: os bolivianos serão sócios em 12% na participação da fabrica de fertilizantes. Mas a nossa arrecadação com o ICMS da importação do gás boliviano – desde 2018 – caiu em R$ 43 milhões mensais, cerca de 12% da arrecadação estadual. Em junho último ela foi de R$ 78,5 milhões contra R$121,5 de junho de 2018. Vamos ter que aprender a lidar com essa questão.


JUNIOR MOCHI Ao longo do café amigo falamos da vida, economia e política. Nem parece que perdeu uma eleição majoritária. Sem traços de arrependimento ou de culpa. Tem consciência incrível do jogo político onde se ganha ou se perde. Também nega-se a abandonar suas origens e não irá transferir seu domicilio eleitoral para Campo Grande. Ao lado do filho voltou à advocacia ( pública) sem perder de vista o cenário político onde é personagem. Aos 56 anos - acha essa fase pessoal proveitosa para estudar, observar, repensar, alargar conhecimentos e relações. Também comunga com a opinião de que as relações entre a classe política e a sociedade mudaram e mudarão ainda mais.


ANÁLISE:“...Dallagnol e Moro jogaram eles mesmos a pá-de-cal em nossa admiração. É o espírito da boquinha, como denunciou do PT um entendido e praticante do costume, o ex-governador Garotinho. Lula fez isso com o sítio, o triplex, as oportunidades para os filhos, entregue gozosamente às externalidades do poder. O feio aqui foi imitar o que se reprova no inimigo. Os heróis da Lava Jato encarnaram a moralidade classe média, que reprova mordomias, nepotismos, oportunismos, que se obtém de posições de poder ou da proximidade com o poder. Mas acabaram por fazer o mesmo, não na intensidade, na frequência e na nocividade criticada.” ( Rogério Distéfano/Blog O Insulto Diário)


GENTE SÉRIA Conheci vários profissionais na área do meio ambiente na audiência sobre a situação dos rios de Bonito/Jardim/Serra da Bodoquena na Assembleia Legislativa. Personagens quase que anônimos, mas que realizam trabalho extraordinário e que precisam ter o devido reconhecimento. Foi excelente esse evento comandado pelo deputado Lucas de Lima (SD), presidente da Comissão do Meio Ambiente, que reuniu autoridades, especialistas e proprietários rurais também da região pantaneira. Lembrou o parlamentar que a melhora dos aeroportos da capital e Bonito será um estímulo para o aumento de visitantes, arrematando: “mas antes temos que cuidar do meio ambiente!

INTERROGAÇÃO Como o STF decidirá sobre o entendimento do ministro Dias Tófoli paralisando uma série de investigações que tratam de crimes financeiros como o de lavagem de dinheiro? Juristas e políticos vem se manifestando sem uma conclusão unânime, mas o certo é que – de algum modo – a decisão acabou agradando toda esquerda e parte dos ‘bolsonaristas’ porque acaba livrando a pele do senador Flávio Bolsonaro (PSL). Outra tese jurídica estenderia o benefício a outros políticos que respondem a processos decorrentes de investigações com provas fornecidas pelo COAF e Receita Federal. Mas é preciso perguntar ao cidadão brasileiro: o que acha disso tudo?


HISTÓRIA da terra. Nem todos sabem ou se lembram que a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul foi criada nos idos de 1962 ( Governo Pedrossian) com a fundação da Faculdade de Farmácia e Odontologia de Campo Grande e está presente hoje em 9 cidades. Numa feliz coincidência a universidade irá sediar a 71ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência ( SBPC) entre 21 e 27 deste mês com o tema “Ciencia e Inovação nas Fronteiras da Bioconomia, da Diversidade e do Desenvolvimento Social’.


VEM VINDO AÍ? Referências ao sistema de ‘Presidencialismo de Coalizão’ ocorre com frequência. Indaga-se; seria uma espécie de parlamentarismo disfarçado? Ninguém até agora soube ou quis definir esse eventual novo regime para. Para 2022, entre a esquerda e o bolsonarismo – abriu-se um espaço a ser ocupado por gente descontente com as duas opções. E nesse vácuo germina a semente do pretenso sistema de governo. Mas como o Brasil é incrível – tudo pode acontecer – é melhor ouvir e ler mais sobre o assunto para opinar melhor. Até aqui - há o sentimento de que estariam ‘preparando a cama’ do atual presidente que já se alvoroça como postulante a reeleição.


‘BRINCADEIRA’ Não me lembro quando ainda existia a União Soviética se era permitida uma entidade aos moldes da União Nacional dos Estudantes (UNE). Quem se atrevia a atravessar o sinal era despachado para a Sibéria, coisa e tal. Aliás as barbáries do regime comunista superaram Hitler na 2ª. Guerra. Mas o que eu quero registrar aqui é a insensatez deste pessoal que usa a UNE exclusivamente para fins políticos em prol da esquerda. Defendem – por exemplo - o regime de Maduro na Venezuela e atacam nosso Governo eleito democraticamente. Aliás, os dirigentes da UNE não tem o que reclamar das gestões petistas em matéria de ajuda financeira. E pelo visto a fonte secou.

‘É DO PERU...’ Também seria tudo mentira sobre a corrupção da Odebrecht que pagou 29 milhões de dólares aos governantes peruanos entre 2005 e 2014? Aliás, Alan Garcia (ex-presidente) não aguentou e cometeu suicídio, com outros 4 ex- presidentes sendo investigados pelo Ministério Público. Sempre é bom lembrar que a empreiteira brasileira foi apresentada pelo ex-presidente Lula (PT) ao seu colega comunista Ollanta Humala, que acabou confessando toda esse rede de corrupção com a patente do Partido dos Trabalhadores. Além do crescimento econômico – o Peru supera ao Brasil em termos de penalizar ex-presidentes. Aqui só dois deles foram parar atrás das grades.


A REPRISE Férias legislativas – sutilmente denominadas de recesso legislativo, até parecem o período de férias dos nossos jogadores de futebol. Claro que os clubes aproveitam para reforçar seus elencos e acabam abastecendo a mídia escassa de notícias. Na política aproveita-se também para ‘tricotar’ e exercitar a imaginação com declarações e informações que saem do mundo real e adentram a imaginação. Enfim, vale tudo para cravar um destaque no noticiário. Mas o interessante é que pouco deles tem se mostrados preocupados com a atual e futura situação financeira do país e dos ‘brasileiros mortais’. Até parece que a economia vai bem e que não temos crise.


A ÚLTIMA nota é sobre a economia do cotidiano. Quem mesmo está ganhando dinheiro - além do pessoal do tráfico? As placas de ‘aluga-se/vende-se’ atestam a realidade brasileira de norte a sul. Jamais vimos nada igual! Comércios tradicionais sucumbindo, fechando ou demitindo funcionários. Até os bancos estão cortando os gastos; postos de combustíveis fechados e o fluxo de carros nas ruas diminuindo. Esse é o Brasil atual que projeta a continuidade da aflição até o final do ano. Como se diz: “é trabalhar (onde?) e segurar nas mãos de Deus”.

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