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Sem médicos no interior, servidores lotam Fetems

Aline dos Santos/Campo Grande News - 10 de janeiro de 2008 - 17:16

A 286 quilômetros de casa. Assim Maria Cristina Pereira Piovezani, de 54 anos, passa pelo tratamento que vai reconstruir a mama levada por um câncer. Ela, que é inspetora de um colégio, mora em Ivinhema, mas só encontra auxílio médico especializado em Campo Grande, onde ocupa uma das 120 vagas do alojamento da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação).

Nesta quinta-feira, diante da falta de atendimento especializado pela Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores de Mato Grosso do Sul) nas cidades do interior, não havia mais vagas no serviço de hospedagem oferecido pela federação. Apesar do desconto em folha ser igualitário: 5,25%, a realidade prevê mais custos e dificuldades aos servidores estaduais que residem distante da Capital.

“É difícil. A gente gasta com passagem, alimentação”, salienta Maria Cristina, que se mudou, temporariamente, para Dourados durante o tratamento do câncer. Agora, ela não encontrou na segunda maior cidade do Estado o atendimento para reconstruir a mama direita. “Se tivesse tratamento no interior, seria mais fácil”. Por mês, ela vem uma ou duas vezes de Ivinhema para Campo Grande. Cada deslocamento entre as cidades custa R$ 56. Maria Cristina, que chegou segunda-feira, vai embora hoje. “Está lotado, uma cama faz falta e os outros precisam”, aponta.

Para Maria Aparecida de Queiroz, de 65 anos, os últimos cinco anos foram marcados pelo tratamento de um câncer e por idas e vindas entre Paranaíba, onde mora, e a Capital. Já aposentada, ela trabalhava no setor administrativo de uma escola. Segundo seu filho, José Luiz de Freitas, quando a estadia é superior a uma semana, os gastos chegam a R$ 300. Paranaíba fica a 410 km de distância de Campo Grande.

Vinde a mim – Enquanto o atendimento médico especializado não chega ao interior, a alternativa é manter os pacientes, muitas vezes debilitados pela doença, em trânsito. Ainda no primeiro semestre do ano, a Fetems deve iniciar a construção de um hotel de trânsito. De acordo com Amarildo do Prado, da direção estadual, o projeto é orçado em R$ 1 milhão. Segundo ele, a demanda por atendimento vem crescendo desde 2000, quando o Previsul (extinto plano de saúde e previdência) foi desmembrado em MSPrev (Instituto de Previdência de Mato Grosso do Sul) e Cassems.

“Antes, não havia tanta procura. Agora, o atendimento é de qualidade e os médicos são pagos em dia”, enfatiza. Ele destaca que a Cassems também irá construir um hotel para abrigar os servidores que buscarem atendimento em Campo Grande. “Setores como saúde, assistência social não têm sindicato com essa estrutura nossa e precisam de alojamento”.

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