Sem companhia ou alguém para o busca-lo na Superintendência da Polícia Federal de Campo Grande, foi liberado às 16h21 desta segunda-feira Marcos André Ávila de Oliveira, ex-segurança do senador Delcídio do Amaral (PT) e autor confesso da carta que continha ameaças à família do parlamentar. Ele teve sua prisão temporária decretada na última terça-feira, que acabou não prorrogada pelo delegado Jonas Cleber Rossati, que investigou o caso.

Apenas com uma mochila nas costas, Oliveira deixou a carceragem da PF com o discurso do arrependimento. “Queria pedir desculpas ao senador, que é uma pessoa maravilhosa. Estou extremamente arrependido do que eu fiz, que não foi por dinheiro”, afirmou, ao revelar uma das possíveis pretensões: ao invés de cuidar da família do parlamentar, desejava “ser o segurança particular do senador. Queria viajar pelo Brasil, ser o ‘Kevin Costner’ dele”, relatou, em referência ao personagem interpretado pelo ator no filme “O Guarda Costas”.

Nos cinco dias em que permaneceu detido na PF, o segurança disse ter “colocado a cabeça no lugar”, afirmando constantemente que não precisava de dinheiro ou que a ação realizada contra a família de Delcídio do Amaral não teve fundamentação política. E faz planos para o futuro. “Já que não posso mais ser segurança, pretendo fazer uma faculdade de Educação Física”.

Oliveira disse, ainda, que pretende procurar o senador nas próximas semanas. “Quero, em até duas semanas, depois de esfriar a cabeça, procurar o Delcídio para pedir desculpas. Agora, eu quero descansar e cuidar da minha mulher”, realçou. Há três anos em Campo Grande (oriundo de Corumbá, fato apontado pelo próprio senador, quando foi revelada a autoria da ameaça), disse nunca ter imaginado que, como segurança, trabalharia com alguém da política. “Quando consegui o emprego, não imaginei que trabalharia com o senador”, ressaltou, ao demonstrar fascínio por seu último emprego.