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Secretário do MEC defende currículos mais flexíveis

Marco Antônio Soalheiro /ABr - 31 de outubro de 2007 - 08:17

Brasília - Na entrevista coletiva que avaliou os resultados da primeira fase de adesões ao programa Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), o secretário de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), Ronald Mota, defendeu que as instituições de ensino superior adotem modelos acadêmicos mais flexíveis, que permitam mais opções de intercâmbio com outros cursos ou universidades e evitem a evasão.

Para o secretário, os currículos devem ser generalistas, de modo a evitar a escolha precoce da profissão pelo estudante. “Muitos engrossam a evasão porque entram num curso querendo outro. Por isso seria interessante permitir uma opção definitiva mais à frente”, disse Mota. Um das metas globais do Reuni é elevar em cinco anos a taxa de conclusão média dos cursos presenciais para 90%.

O secretário do MEC cita como exemplo do modelo adotado pela Universidade Federal do ABC, em São Paulo, onde o universitário pode se tornar bacharel em ciência e tecnologia em três anos. A partir desse título, o aluno poderia, em mais dois anos, concluir um curso de engenharia, de licenciatura em física, química ou biologia, ou até migrar diretamente para uma pós-graduação.

Outro instrumento que poderia ser usado, segundo Mota, é a seleção de estudantes por meio de editais simples. Pela proposta, sempre que for aberta uma vaga num curso universitário, os alunos da própria instituição seriam escolhidos.

Mota manifestou-se favorável à facilitação da transferência de estudantes de universidades. “É importante que os modelos acadêmicos tenham ligação entre si, que pode ser feita com a criação de um sistema brasileiro de transferência de créditos, para que o estudante possa com tranqüilidade fazer parte de suas matérias em outra instituição, sem maiores burocracias”, explicou.

Para o vice-presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), José Ivonildo do Rego, as universidades devem dar prioridade à revisão dos currículos e dos projetos pedagógicos para torná-los mais flexíveis. Além disso, ele reivindica mais apoio aos estudantes carentes: “Se a intenção é ampliar o intercâmbio de forma ampla, o governo precisa instituir um sistema de bolsas para custear o deslocamento dos alunos mais pobres a outras universidades”.

A presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Lúcia Stumpf, considera positiva a preocupação com a migração de alunos entre as universidades. “Essa sempre foi uma bandeira da UNE e certamente poderá aumentar a diplomação nas universidades, permitindo que um estudante mude de cidade e tenha condições de concluir seu curso dentro de outra instituição pública, no mesmo cronograma”, ressaltou Stumpf.


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