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Geral

Seca abala produção de leite em 40% e produtor pede SOS

13 de abril de 2005 - 08:03

O abalo na produção de leite que chega a até 40% em algumas regiões de Mato Grosso do Sul, está fazendo com que a Câmara Setorial do Leite se mobilize para pedir socorro ao setor. Se por um lado os preços estão bem acima da média histórica, segundo explica a coordenadora da Câmara, Adriana Mascarenhas, cotado a R$ 0,50 o litro ao produtor, de outro não há pasto para alimentar o gado.

A estiagem que tem castigado as lavouras nos últimos meses também afetou a pastagem e o pecuarista vai entrar na entressafra, quando as chuvas escasseiam, sem alimento. Na manhã do dia 12 de abril, terça-feira, a Câmara esteve reunida com várias entidades e um produtor de Glória de Dourados declarou que a cooperativa do município já amarga queda de produtividade de 40%.

“Os preços estão acima da média história e tendem a aumentar. Mas há uma grande preocupação em relação ao custo de produção”, afirma Adriana Mascarenhas, ressaltando que muitos produtores não terão condições de suplementar o gado durante o período de seca. A situação fica ainda pior se a tendência de estiagem for mantida até meados de maio.

Durante a reunião, representante da Secretaria de Desenvolvimento Agrário apontou a gravidade da situação para agricultores familiares, aos quais o acesso ao crédito acaba sendo mais difícil por exigências das instituições financeiras.

Hoje a produção de leite de Mato Grosso do Sul é de cerca de 450 milhões de litros de leite ao ano. São 35 mil produtores, dos quais 75% pequenos, ou seja, que tiram até 50 litros de leite ao dia. Para estes, comprar ração é algo impraticável, diante da estreita margem de lucro e pequena escala de produção.

Justamente para pedir socorro, a Câmara está elaborando um documento para solicitar que o Banco do Brasil informe quais as linhas mais viáveis para financiar a compra de suplemento alimentar para o gado leiteiro e também vai pleitear tratamento diferenciado a estes produtores afetados, a exemplo dos agricultores que tiveram o período para pagar financiamentos alongado devido às perdas no campo.

Hoje mais de 20 municípios de Mato Grosso do Sul já decretaram situação de emergência. Além das ações emergenciais, a Câmara também vai buscar parcerias com entidades como O SRGC (Sindicato Rural de Campo Grande), a Embrapa e o próprio Banco do Brasil no sentido de promover no dia 15 de junho (data pré-fixada e a ser confirmada) um evento simultâneo em todos os municípios de Mato Grosso do Sul para prevenir que a mesma situação se repita na próxima safra.

A idéia é alertar o produtor para que tenha sempre reserva de alimentos em casos de fortes estiagens para que não necessite de suplementação tão intensa, o que significa custos aumentados.


Sindicato Rural de Campo Grande

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