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Saúde pública: conquista da reperfusão é desafio

Agência Notisa - 01 de outubro de 2004 - 14:36

Assunto amplamente abordado no 59º Congresso da Sociedade Brasileira de Cardiologia encerrado quarta-feira, a reperfusão foi mais uma vez tema de discussões no encontro. Dessa vez quem abordou a temática foi José Antônio Marin-Neto, da Universidade de São Paulo. Ao contrário do que muitos especialistas disseram no congresso, Marin-Neto acredita que a reperfusão mecânica seja bastante superior à química.

Na opinião do palestrante, a intervenção mecânica é melhor do que a terapêutica medicamentosa, visto que consegue diminuir os casos de reinfarto. ``Sem contar que hoje em dia uma angioplastia já é possível de ser realizada até mesmo em hospitais que não possuem cirurgia cardíaca``, destacou o especialista.

Para Marin-Neto, a atuação farmacológica de reperfusão pré-hospitalar poderia atuar como mecanismo auxiliar da própria angioplastia primária. Mas o palestrante não tem dúvidas: ``se o profissional tem acesso às duas opções de tratamento, o melhor é optar pela intervenção mecânica``, garantiu.

Contudo, o profissional concorda que nem todos os centros de saúde estão preparados para a realização da angioplastia primária, principalmente as pequenas unidades de saúde pública. Nesses locais, o profissional aponta a trombólise farmacológica como opção real de tratamento. ``Devemos lutar com as ferramentas que possuímos. Quem só pode atuar com medicação, deve fazê-lo sem se sentir inferiorizado``, aconselhou.

O profissional lembrou ainda que a angioplastia primária deve ser feita por operadores que já tenham prática e conhecimento anatômicos suficiente para a realização da manobra. A experiência com a realização de no mínimo de 75 procedimentos por ano, segundo Marin-Neto, é fundamental para o sucesso no tratamento.

Contudo, o professor da USP confirmou que a realidade da angioplastia primária no Brasil ainda está em estágio embrionário. Segundo ele, no país, hoje, há cerca de 100 mil casos indicados para reperfusão, mas somente 2% deles são realizados. ``A angioplastia primária está longe de ser feita de forma ideal aqui no Brasil. Se considerarmos a saúde pública, antes mesmo de se implantar a angioplastia primária, devemos lutar para a utilização adequada de fibrinolíticos. Nossa prioridade atual pode ser a reperfusão química de qualidade``, concluiu o palestrante.


Agência Notisa (jornalismo científico - scientific journalism)

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