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Saúde lança campanha de prevenção à hipertensão

Agência Saúde - 07 de outubro de 2005 - 14:32

O descuido com a própria saúde mata 400 mil brasileiros todos os anos. Doenças como infarto, derrame cerebral, cânceres, diabetes e hipertensão causam 40% das mortes. Estudos comprovam que a prática de hábitos mais saudáveis, como alimentação balanceada e atividades físicas, pode evitar esses males. O país ainda economizaria cerca de R$ 11 bilhões, gastos anualmente em consultas, internações e cirurgias (incluindo transplantes). O Ministério da Saúde lança nesta sexta-feira (7) uma campanha orientando a população sobre como afastar o risco de doenças: o slogan é Pratique Saúde.
A campanha tem como objetivos a prevenção e o controle desses problemas de saúde, conhecidos como doenças crônicas não transmissíveis. A série de peças publicitárias (que será veiculada em rádios, TVs, cartazes e anúncios de revistas) traz como personagem um coração falante. Ele dará dicas e informações de como controlar e prevenir essas doenças.

O símbolo, criado com a utilização de técnicas de computação gráfica, representa o órgão mais afetado no organismo, o coração. Nos vídeos, o personagem interage com imagens reais do dia-a-dia mostrando a prática de hábitos saudáveis. Sempre bem humorado, a idéia é que ele conquiste as crianças e assim ganhe a simpatia de toda família (principalmente os pais e os avós). A primeira fase da campanha terá como tema a hipertensão arterial, que atinge hoje 17 milhões de brasileiros. Essa primeira etapa ficará no ar até o dia 16 de outubro, com o slogan "Sal aumenta a pressão. Ninguém merece trabalhar sob pressão". Já a segunda fase chama atenção para o diabetes e uma das dicas será "Diabetes - seu corpo fala: evite o açúcar e controle a glicemia".

O Pratique Saúde abordará ainda a prevenção ao tabagismo e à obesidade. A campanha contribuirá para que o Ministério da Saúde atinja a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS), que é reduzir em 2% ao ano o número de mortes por doenças crônicas.



Hipertensão - A prevalência estimada de hipertensão no Brasil atualmente é de 35% da população acima de 40 anos. Isso representa em números absolutos um total de 17 milhões de portadores da doença, segundo estimativa de 2004 do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Cerca de 75% dessas pessoas recorrem ao Sistema Único de Saúde (SUS) para receber atendimento na Atenção Básica.

Para atender os portadores de hipertensão, o Ministério da Saúde possui o Programa Nacional de Atenção a Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus. O programa compreende um conjunto de ações de promoção de saúde, prevenção, diagnóstico e tratamento dos agravos da hipertensão. O objetivo é reduzir o número de internações, a procura por pronto-atendimento, os gastos com tratamentos de complicações, aposentadorias precoces e mortalidade cardiovascular, com a conseqüente melhoria da qualidade de vida dos portadores.

As ações do programa são desenvolvidas principalmente por meio da atuação das equipes de Saúde da Família. Para isso, o programa realiza a capacitação dos profissionais de saúde. Os agentes de saúde são treinados para fazer o diagnóstico precoce, identificar os fatores de risco, prescrever medicamentos adequados e orientar a população para adoção de hábitos saudáveis. Os casos mais graves são encaminhados aos especialistas da rede pública (localizados nos hospitais ou centros especializados) para um tratamento mais adequado

Este ano, o Ministério da Saúde trabalha na capacitação de mais quatro mil profissionais em todo o país para o atendimento especializado dos hipertensos. Outros 400 instrutores do ministério atuam nos estados para manter os profissionais de saúde atualizados com relação ao atendimento desses pacientes.



Medicamentos - A distribuição de medicamentos é outra ação do Ministério da Saúde na atenção aos hipertensos. O ministério é responsável pela aquisição e fornecimento aos municípios dos medicamentos hidroclorotiazida 25mg, Captoptil 25mg e Propanolol 40mg. A determinação é da portaria nº 371/GM, de março de 2002, que criou o Programa Nacional de Assistência Farmacêutica para Hipertensão Arterial e o Diabetes Mellitus e o HIPERDIA (sistema informatizado de base nacional que cria o cadastro nacional de diabéticos e/ou hipertensos).

Para receber a medicação, o paciente deve ser cadastrado nas unidades básicas de Saúde. Em 2004, foram gastos R$ 56 milhões com a compra dos três medicamentos de hipertensão previstos no programa. A estimativa para este ano é de um gasto de 93,2 milhões.

Dados do programa Farmácia Popular revelam que entre os 10 medicamentos mais procurados nas unidades, oito são indicados para pacientes que sofrem de doenças crônicas como hipertensão, diabetes e problemas gástricos. Representam cerca de 80% do total de vendas. Nas Farmácias Populares, a diferença média de preços em relação ao praticado no mercado é de 90%.

O objetivo do programa é ampliar a assistência farmacêutica e oferecer à população brasileira mais uma opção de acesso aos medicamentos. É um serviço complementar de assistência à saúde de todos os brasileiros, independentemente do poder aquisitivo do usuário. Não há lucro no fornecimento dos remédios, que são repassados aos usuários a preço de custo.



Fatores de Risco - A hipertensão e a maioria das doenças crônicas não transmissíveis têm como principais fatores de risco o sobrepeso e a obesidade e o sedentarismo. Estima-se hoje que cerca de 38 milhões de brasileiros com mais de 20 anos estão acima do peso. Dados de 2003 mostram que o excesso de peso afetava 41,1% dos homens e 40% das mulheres, sendo que, deste grupo, a obesidade atingia 8,9% dos homens e 13,1% das mulheres adultas. Os resultados fazem parte da 2ª etapa da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003 (POF) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo aponta ainda que o excesso de peso dos brasileiros está relacionado ao aumento do consumo de alimentos industrializados e também pela ingestão de grande quantidade de açúcar e gordura.

O sedentarismo é outro fator de risco importante para o desenvolvimento de doenças crônicas. Estudos mostram que a inatividade física é prevalente em mulheres, idosos e pessoas de baixo nível social. Levantamento deste ano da Sociedade Brasileira de Cardiologia afirma que 83% da população é sedentária. A Estratégia Global para Dieta, Atividade Física e Saúde da OMS recomenda pelo menos 30 minutos de atividade moderada, na maioria dos dias de semana, para reduzir os riscos de doenças crônicas.

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