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Saúde: Estudantes começam a fumar precocemente

Agência Notisa - 20 de julho de 2006 - 07:28

Estima-se que existam no mundo cerca de 1,2 bilhão de fumantes, cerca de um terço da população mundial com mais de 15 anos de idade. Apenas no Brasil existem atualmente 2,8 milhões de fumantes com idade entre 5 e 19 anos.

De acordo com artigo publicado na edição de agosto de 2006 dos Cadernos de Saúde Pública, o objetivo do trabalho foi determinar a prevalência e os fatores associados ao tabagismo, obtendo-se um modelo que descreva como as chances de ser fumante estão relacionadas com as variáveis investigadas. “O uso de tabaco é bastante precoce na vida dos estudantes da rede pública de ensino, sendo que, entre os 10 e 12 anos de idade, cerca de 11,6% já fizeram, pelo menos, uso experimental do cigarro, de acordo com o estudo realizado pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID). Os principais fatores de risco, encontrados na literatura, que levam ao hábito de fumar, são: sexo, idade, nível sócio-econômico, tabagismo de familiares de primeiro grau e dos amigos, rendimento escolar, separação dos pais e trabalho”, afirmam os autores no texto.

No estudo, os pesquisadores observaram que a prevalência de tabagismo, entre os estudantes, foi de 18,1% e que a média de idade do início do hábito foi aos 14 anos. Em todo o mundo, o total de mortes anual, devido ao tabagismo, chega a 4 milhões, uma média de 10 mil pessoas por dia em razão de doenças relacionadas ao fumo. A maioria dos fumantes fica dependente da nicotina entre os 5 e os 19 anos de idade.

A renda familiar mensal, em salários mínimos, apresentou associação com o hábito de fumar – quanto maior a renda, maior a prevalência para o tabagismo entre os estudantes. Além disso, quando todos os estudantes foram questionados em relação a existência de parentes tabagistas, 38,2% relacionaram o pai, 24,8% disseram que a mãe fuma e 51,3% citaram ambos. Além disso, 40,3% das famílias possuem vários fumantes. O círculo de amizades também foi levado em consideração pela pesquisa: a maioria tem amigos fumantes e, entre os que fumam, grande parte foi influenciada por algum amigo a começar a fumar.

Segundo a equipe, “os resultados do estudo mostram que os estudantes começam a fumar precocemente, destacando-se a necessidade de se trabalhar, em termos de prevenção intensiva, diretamente com adolescentes do grupo de risco observado. Essas constatações são importantes para as estratégias de prevenção que devem começar ao redor dos dez anos de idade e privilegiar o álcool e o tabaco”.


Agência Notisa (jornalismo científico - science journalism)

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