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Geral

Saúde alerta para cuidados com doenças durante chuvas

Secretaria do Estado de Minas Gerais - 14 de outubro de 2004 - 11:27

O período de chuvas está se aproximando, trazendo a necessidade de maior cuidado com o meio ambiente, devido aos desastres naturais comumente causados pelas enchentes como as erosões, assoreamentos e desbarrancamentos, levando a perdas humanas e o surgimento de doenças, além do prejuízo material das famílias atingidas. Para este ano, a Secretaria de Estado de Saúde (SES), por meio da Diretoria de Vigilância Ambiental em Saúde, está promovendo ações educativas para evitar acidentes e surtos de doenças como a leptospirose e a dengue, que são favorecidas pela ação transmissiva da água.

Segundo a diretora de Vigilância Ambiental em Saúde da SES, Cristiana Miranda, a primeira medida a ser tomada é a limpeza dos quintais e a desobstrução dos canais pluviais no entorno das residências. "É preciso que todos se conscientizem e cuidem do meio ambiente cotidianamente, principalmente aqueles que moram em áreas próximas às margens de rios ou córregos urbanos, que estão mais expostos aos perigos das enchentes. Não jogar o lixo caseiro nos rios e córregos, limpar e não desmatar os leitos dos rios e manter sempre o terreno limpo previne acidentes", ensina.

Perigo

Durante enchentes e alagamentos, a população também fica mais exposta à leptospirose, hepatite, diarréias e cólera, as chamadas doenças de veiculação hídrica (transmissão através de água contaminada por vírus, bactérias e outros agentes infecciosos). A leptospirose é transmitida através da água contaminada pela urina de ratos. O maior perigo está na limpeza e desinfecção de casas, utensílios, caixas d’água, móveis, já que a pele em contato prolongado com a água facilita a penetração da bactéria causadora da doença, que pode levar à morte.

Entre as hepatites (inflamação no fígado), especialmente a do tipo A também ocorre em episódios de enchentes e alagamentos. É uma doença virótica, de transmissão oral-fecal, que atinge as pessoas através de alimentos, água e utensílios contaminados. As diarréias podem ser causadas pela água contaminada por vírus, parasitas e/ou bactérias. A água contaminada pelo vibrião colérico provoca cólera, uma forma gravíssima de diarréia. Em Minas Gerais não há registro de caso de cólera desde a década passada.



Medidas simples

Os sintomas de todas essas doenças são semelhantes: febre, mal estar, vômito, diarréia. A principal recomendação é de que a pessoa procure o serviço de saúde mais próximo rapidamente, assim que surgirem os primeiros sintomas, pois o diagnóstico precoce favorece o tratamento. É importante que o paciente não faça auto-medicação, o que pode agravar o quadro das doenças. Embora graves, existem medidas simples que podem ajudar a prevenir essas doenças.

Ao fazer a desinfecção e limpeza da casa, móveis e utensílios, é preciso proteger a pele do contato direto e prolongado com a água. Para isso, se a pessoa não tem luvas e botas, pode usar sacos plásticos, de preferência duplos.

Além disso, deve ser usado hipoclorito de sódio (água sanitária ou cloro) na desinfecção de todos os objetos, casa, caixas d’água, móveis e até mesmo a água para beber e fazer comida, caso não seja possível fervê-la antes. Em hipótese alguma deve ser usado cloro utilizado para limpeza de piscinas porque possui outras substâncias em sua composição. Alimentos e remédios que foram atingidos por alagamentos e enchentes não devem ser consumidos, mesmo se estiverem embalados ou forem lavados.

Depois da enchente

O fim da enchente não significa que o perigo acabou. Ao contrário, o verão brasileiro é caracterizado pelas fortes chuvas intercaladas de período de calor, o que favorece a ocorrência de esquistossomose, dengue, malária e febre amarela. As pessoas que circulam por regiões de cachoeiras, lagos, lagoas e rios devem estar atentas. A esquistossomose (xistose) é transmitida por caramujos infectados por parasitas. Os caramujos vivem às margens de lagoas, lagos e cachoeiras.

Na zona rural, também existe o risco de transmissão da malária e febre amarela. Esta última pode ser prevenida através de vacina, que tem eficácia por 10 anos e está disponível nos postos de saúde.

Já no meio urbano, o perigo está na água acumulada em recipientes (pneus, pratos de vasos de plantas, latas, caixas d’água destampadas e garrafas) que favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue.

Os sintomas dessas doenças também são semelhantes – febre, mal estar. Ao aparecimento dos primeiros sintomas, a pessoa deve procurar o serviço de saúde mais próximo rapidamente.

Como usar o hipoclorito de sódio

A primeira recomendação é de que seja verificada na embalagem do produto (água sanitária ou cloro) a concentração do produto, que pode ser de 2,5% ou 10%. Além disso, para saber se a marca é de confiança, basta observar o rótulo que deve constar registro no Ministério da Saúde (MS) com um número que começa com 3 e deve ter pelo menos 9 dígitos.

Para limpeza geral da casa, utensílios e outros objetos deve ser usada a solução de 1 copo de hipoclorito de sódio a 2,5% para cada litro de água. Já para a desinfecção de caixas d’água, é preciso limpá-la e, depois, usar 1 litro de hipoclorito de sódio a 2,5% ára cada 1000 litros de água, abrir a entrada para encher a caixa com água limpa e deixar por 30 minutos. Então, deve-se abrir as torneiras por alguns segundos e tornar a fechá-las, aguardando por mais 1 hora e 30 minutos para poder usar a água da caixa.

A água para beber ou cozinhar deve ser desinfectada com solução de 2 gotas de hipoclorito de sódio a 2,5% para cada litro de água ou 1 gota de hipoclorito de sódio a 10% para cada 2 litros de água. Deve-se aguardar 30 minutos antes do consumo.

Através do telefone 0800-283-2255 a SES disponibiliza mais informações e esclarecimentos de dúvidas sobre o assunto.

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