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Geral

Saúde: 3% da população sofre de transtornos severos

Agência do Rádio - 01 de abril de 2008 - 08:00

Estima-se que no Brasil, repetindo a proporção verificada em países até mesmo muito mais desenvolvidos, 3% da população sofre do que se convencionou chamar de transtorno mental severo e persistente, o gênero mais grave em se tratando de saúde mental. O coordenador da Área Técnica de Saúde Mental do Ministério da Saúde, Pedro Gabriel, afirma que o cuidado à saúde mental não requer nada da tecnologia, mas tudo no que diz respeito às relações humanas.


"Não depende tanto de tecnologia avançada. Você não precisa estar próximo de um grande centro para fazer exames sofisticados, para fazer procedimentos cirúrgicos complicados. A complexidade do atendimento em saúde mental é de outro tipo, tem que ter profissionais delicados, profissionais capacitados, vão precisar ser pessoas muito bem treinadas, muito qualificadas, para poder entender a problemática de saúde mental daquela pessoa e poder desenvolver um programa de tratamento que seja o melhor para aquele caso, no contexto familiar daquela pessoa. A tarefa é complexa, mas a complexidade não é tecnológica. Os medicamentos de saúde mental são, de maneira geral, acessíveis para a população. O SUS dispõe desses medicamentos, os medicamentos disponíveis são suficientes e adequados para o tratamento. A questão é que só o medicamento não basta para o tratamento. Ninguém se trata de um problema mental apenas tomando uma pílula. Ele precisa de outras formas de abordagem, que nós chamamos de psicoterapia, que é um tratamento à base do atendimento e da conversa a respeito das suas angústias e dos seus problemas que é muito eficaz, ou seja, a saúde mental tem que oferecer todas essas possibilidades de tratamento.

O coordenador define o conceito de transtorno severo e persistente que atinge crianças, adolescentes e adultos.

"São aqueles casos de transtornos mentais que, em geral, afetam de maneira muito grave a vida diária da pessoa, que faz com que a vida dela fique muito prejudicada nas suas relações pessoais. Há um sofrimento muito intenso, há uma dificuldade de realizar as tarefas usuais da vida. Enfim, afetam de uma maneira mais grave as pessoas. Nesse grupo de transtornos, portanto, estão aqueles casos de pacientes que vão precisar de um atendimento mais contínuo, são aquelas pessoas que não adianta você fornecer para ela uma consulta, ou dizer para ela que deve tomar o remédio tal e que vai ficar boa. Em alguns casos, esse acompanhamento vai ser necessário durante toda a vida".

De Brasília, Paulo César Campos

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