O paulista Flávio Saretta mostrou, na quadra central do Brasil Open 2003, por que seu tênis evoluiu tanto na temporada. Com saques pesados, jogo sólido de fundo, subidas à rede e principalmente muita descontração, ele fez ontem uma bela estréia no torneio, ao derrotar o gaúcho Marcos Daniel, por 6/4 e 6/3. Hoje, ele enfrenta o paraguaio Ramón Delgado, 180º do atual ranking.

"Joguei solto demais para uma partida de primeira rodada, o que é reflexo da minha confiança", avaliou Saretta, que atua nesta semana com o mais alto ranking de sua carreira, o 46º lugar. "Não senti aquela pressão de ter uma classificação muito superior à do Daniel e tudo deu certo". Ele admitiu que a chuva dos dois últimos dias, que adiou sucessivamente sua estréia, causou ansiedade ainda maior, "mas a boa estréia mostra que estou mesmo bem focado no torneio".

Saretta está sob orientação do técnico Pablo Albano há dois meses e acha que algumas mudanças positivas já aconteceram: "A primeira delas é a disciplina. Albano é argentino e gosta de trabalhar duro o tempo todo. Na parte técnica, como ele foi um grande duplista, está me ensinando a ir para a rede sem medo de errar".

Quanto ao próximo adversário, Saretta não espera jogo fácil. "O Delgado ficou parado um tempão, mas voltou ao circuito há uns dois meses e fez boa campanha no US Open, vencendo dois jogos seguidos em cinco sets", lembra o brasileiro, que se saiu melhor nos três duelos que fez contra o paraguaio.

A popularidade que rapidamente atingiu tem surpreendido Saretta. "Em São Paulo, é normal alguém vir e me cumprimentar, mas aqui em Sauípe eu me vi cercado de um monte de crianças, que ficaram gritando meu nome e pedindo autógrafo. Fiquei desconcertado, mas estou aprendendo a lidar com isso".