ATENAS - Apesar de ter perdido na primeira rodada do torneio olímpico, o tenista Flávio Saretta ficou feliz com sua atuação, neste domingo, dia 15, para o americano Andy Roddick, e disse que o saque de seu adversário acabou fazendo a diferença. "Ninguém gosta de perder na primeira rodada, mas saio satisfeito com o que fiz aqui. Se não foi o melhor, foi um dos melhores jogos do ano. Na parte tática e técnica joguei muito bem", disse Saretta, que só lamentou não ter conseguido conter a potência do serviço do adversário. "Tem horas que não há o que fazer, nao dá nem para tocar na bola."

Os números do jogo comprovam a avaliação do tenista brasileiro: dos 70 pontos de Roddick, 40% foram de saque, num total de 28. Já Saretta fez apenas 9 de seus 28 pontos de saque, o equivalente a 15,7%. O serviço do americano, considerado o mais forte do mundo, chegou por três vezes a uma velocidade de 228 km/h. Saretta tinha consciência de que o serviço seria a principal arma de seu adversário de estréia e jogou em função disso.

"Sabia que ele dependia muito do saque. É um jogador que depende muito do primeiro serviuço e até se assusta quando o adversário devolve o serviço, ele não espera por isso", explicou o tenista, . que traçou sua tática em função dessa característica, tentando colocar a bola em jogo, para quebrar o ritmo de Roddick. "Quanto mais bolas você troca, mais ele se enerva. Por isso não tem bons resultados no saibro."

Mesmo jogando contra o segundo cabeça-de-chave do torneio, Saretta não se intimidou e só teve o serviço quebrado uma única vez, quando o marcador era de 3 games a 2 para Roddick no primeiro set, que terminou em 6-3 em favor do americano. Pouco antes, o tenista brasileiro desperdiçara uma chance de quebrar o serviço de Roddick, o que não aconteceu durante todo o jogo.

No segundo set, animdado pela torcida brasileira, que era maioria na quadra principal do Centro Olímpico de Atenas, Saretta cresceu e equilibrou a partida, que continuou bastante disputada até ir para o tie-break. Roddick acabou fechando o segundo e último set por 7-6 (7-4). Após o jogo, o tenista da cidade paulista de Americana foi elogiado pelo técnico Larri Passos, que assistiu o jogo ao lado de Gustavo Kuerten, André Sá e do chefe de missão do Brasil nos Jogos de Atenas, Marcus Vinícius Freire. "Ele me disse que tenho nivel para ir mais longe, que chega de tomar pancada de todos mundo."

Quanto à partida de estréia no torneio de duplas, que disputará ao lado de André Sá, na segunda-feira, dia 16, Saretta está confiante. Para ele, os adversários da primeira rodada, Rafael Nadal e Carlos Moya, tem um ponto fraco: não estão acostumados a jogar juntos. "Os caras jogam muito bem, o Nadal cresceu treinando com o Moya, portanto se conhecem bastante. Não são duplistas, assim como eu, mas são fortes. Com certeza, se eu e o André jogarmos bem, temos chances de vencer."