O profeta Zacarias, cujo nome significa “O senhor lembra”, nasceu em Galaad, na Palestina, e pertencia à tribo de Levi, portanto, à tribo sacerdotal. Foi chamado para exercer o ministério profético no ano 520 a.C. e seu ministério durou provavelmente até o término da construção do templo de Jerusalém. Com muita audácia e inspiração ele animava o povo, recém-saído do exílio da Babilônia e que passava por muitas dificuldades e dúvidas de fé, a não perder a esperança na vinda do Messias, e a trabalhar em prol da formação de um novo quadro político e da reconstrução do Templo, símbolo da fé e da unidade nacional. Ele procurava incutir na alma do povo que, diante das dificuldades, o caminho não era o da resignação passiva nem da acomodação, mas da reconstrução da fé, da vida social e política. Suas profecias se referem ao futuro do novo Israel: futuro próximo e messiânico: “O próprio Deus virá morar no meio de seu povo renovado, os exilados serão reunidos e todos os povos adorarão o Senhor”. Zacarias convidava o povo à penitência e citava as condições para que as promessas de Deus se realizassem: “Convertei-vos a mim e eu voltarei a vós’. Ele pregava o renascimento de Israel, a vinda do Messias, mas nunca deixava de lembrar que esse renascimento e essa vinda eram frutos do amor de Deus: “Eis que teu Rei vem a ti. Ele é justo e vitorioso, é humilde e cavalga um burrinho, potro novo de uma jumenta”. “Eis que eu libertarei o meu povo e eu serei o seu Deus, na fidelidade e na justiça”. Certamente o povo se lembrou das palavras de Zacarias quando alguns séculos depois, ao contrário dos reis daquele tempo que entravam nas cidades montados em cavalos de guerra, Jesus entrou em Jerusalém montado num burrinho, símbolo da índole pacífica do rei Messias. O profeta Zacarias morreu muito velho, e tudo indica que foi sepultado ao lado de seu contemporâneo, o profeta Ageu.

Há muito mais de dois mil anos o profeta Zacarias animou o povo, oprimido e sofrido, a não perder a esperança num tempo novo de solidariedade, de paz e de alegria. Hoje, quando já nos encontramos em pleno terceiro milênio, as palavras de Zacarias soam aos nossos ouvidos com a mesma força e vigor e nos dizem que jamais, mesmo que tudo possa parecer perdido, nós podemos perder a esperança num mundo onde Jesus Cristo seja o Senhor, numa terra habitada por sua fidelidade e sua justiça.