São Petrônio foi bispo da cidade de Bolonha no período de 431 a 450 e sua pessoa marcou e está, de tal forma, ligada à vida dos bolonheses que estes são chamados também de petronianos. Pertencente a uma nobre família romana, antes de abraçar a vida religiosa, São Petrônio ocupou importantes cargos na magistratura civil. Tudo leva a crer que, no exercício desses cargos, ele tenha morado na Gália por algum tempo. Um dia, porém, São Petrônio decidiu abandonar tudo para colocar-se a serviço do Reino de Deus. Foi ordenado sacerdote pelo bispo de Milão e no ano 431 foi consagrado bispo e enviado para Bolonha, para suceder a São Félix que havia morrido. Uma de suas primeiras tarefas foi reconstruir a cidade que havia sido praticamente destruída por ordem do imperador Teodósio I. Apesar das dificuldades, em virtude dos constantes ataques dos bárbaros, São Petrônio reconstruiu a cidade e reedificou uma quadra inteira, recopiando os desenhos dos lugares santos de Jerusalém. Nesse local, ele fixou sua morada, recolhendo nela uma comunidade de monges contemplativos. Euquério, que foi bispo de Milão e contemporâneo de São Petrônio, escreveu uma carta a um seu cunhado de nome Valeriano. Nessa ele o incentiva a abandonar a vida mundana e dedicar-se ao serviço de Deus e cita a pessoa de São Petrônio, como um exemplo a ser imitado. É ainda Euquério que o coloca entre os grandes santos, como São Basílio, Santo Ambrósio, Santo Hilário e São Paulino Nola. São Petrônio governou a diocese de Bolonha por 19 anos. Para homenageá-lo, os bolonheses lhe dedicaram uma grandiosa basílica. Essa construção, iniciada em 1390, protelou-se por anos a fio e foi embelezada, de geração em geração, por pintores e escultores famosos. Inicialmente a festa de São Petrônio era celebrada no dia 4 de outubro, mas a partir do século IV, para não coincidir com a festa de São Francisco de Assis, foi transferida para a data de hoje.

Hoje, quando somos também freqüentemente colocados diante de duas propostas: a proposta do mundo, quase sempre atraente e fácil, mas que não conduz à verdadeira felicidade, e a proposta do Evangelho, quase sempre espinhosa e difícil, mas seguramente a única capaz de trazer a almejada felicidade, São Petrônio, que teve a oportunidade de conhecer os dois caminhos e de optar por um deles, nos convida a dizer ‘sim’ à proposta de Jesus, por ser a única capaz de nos fazer participar do banquete da vida e da felicidade sem fim.

VIANNA, Zélia (2005). Santidade Ontem e Hoje. Salvador: Paróquia de São Pedro