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São Paulo e Santos, uma rivalidade que permanece há 74 anos

Fábio Pereira, FPF - 15 de outubro de 2010 - 07:32

Maiores campeões do futebol nacional, São Paulo e Santos fazem neste domingo (17) mais um clássico, pela 30ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro. Juntos, ambas as equipes conquistaram cinco Mundiais de Clubes, cinco Copas Libertadores da América, 15 competições nacionais, além de 38 Campeonatos Paulistas.

Marcado por tantos títulos, histórias e craques que atuaram em ambas as equipes, a partida entre tricolores e alvinegros neste próximo final de semana às 18h30 no estádio do Morumbi será a de número 255 na história do confronto.

O primeiro jogo aconteceu em 25 de abril de 1936 no estádio Municipal do Pacaembu quando a equipe do litoral bateu o São Paulo por 2 a 0 com gols de Raul e Antenor. De lá para cá foram 112 vitórias são-paulinas contra 89 do Santos, além de outros 63 empates. O ataque tricolor marcou 430 gols contra 372 dos artilheiros santistas.

Em 74 anos de rivalidade os dois times já fizeram jogos inesquecíveis, tanto em partidas válidas pelo Campeonato Brasileiro quanto pelo tradicional Campeonato Paulista. Marcado pelo equilíbrio em decisões, o clássico ‘San-São’ já foi por quatro vezes a grande final do Paulistão.

A primeira final aconteceu em 1956, quando ainda sem Pelé e comandado por Pagão e Pepe, o Santos chegou ao bicampeonato paulista ao vencer o São Paulo por 4 a 2 no estádio do Pacaembu e iniciou uma era dourada que permaneceu até o final dos anos 1960.

Somente em 1978 aconteceu outra decisão entre os dois times. Em janeiro de 1979, sob o comando do técnico Formiga, ‘Meninos da Vila’ venceram os campeões brasileiros por 4 a 1, com dois gols do atacante Juari, e levaram o Santos novamente à conquista do maior campeonato estadual do País.

Dois anos depois foi a vez do São Paulo comemorar em cima do Santos. Nas finais do Campeonato Paulista de 1980, Serginho Chulapa marcou o gol da vitória nas duas partidas decisivas e garantiu mais um título na sala de troféus do Morumbi.

A última decisão entre Santos e São Paulo aconteceu no Campeonato Paulista de 2000. Uma vitória por 1 a 0 na primeira partida, com um gol do atacante França, e um empate por 2 a 2 – ambos no Morumbi – deram ao torcedor tricolor a alegria de festejar mais uma conquista em seu estádio.

Terceiro maior artilheiro do confronto com 14 gols – atrás somente de Pelé que tem 31 e de Serginho Chulapa que possui 21 –, o ex-atacante Coutinho relembra os clássicos diante do São Paulo. “Na época em que eu jogava Santos e São Paulo sempre fizeram um confronto com muito respeito. Na década de 1960 sempre tínhamos times fortes e isso nos dava mais confiança. Outro lado bom é que a nossa torcida sempre dividia os estádios com os torcedores do São Paulo. Acredito que isso nos motivava mais a entrar em campo mais determinado”, afirmou o ex-atacante.

Parceiro de Pelé nos anos áureos do fantástico Santos, Coutinho também guarda consigo o San-São mais marcante de sua vida. “Em 1964 jogávamos pelo extinto Torneio Rio-São Paulo no Pacaembu e o São Paulo virou o primeiro tempo vencendo por 1 a 0. Mas no segundo tempo consegui marcar três gols e acabamos vencendo por 4 a 1. Foi um jogo inesquecível para mim”, revelou o ex-camisa 9 do Santos.

Outros jogos importantes e decisivos também marcaram o clássico. Em 1963, o time do Morumbi era a zebra do Campeonato Paulista e mesmo assim vencia o Santos por 4 a 1 ainda no primeiro tempo. Com Pelé e Coutinho expulsos, outros três santistas simularam contusões e deixaram o campo para evitar que acontecesse algo pior.

Falando em goleada, a maior do confronto aconteceu no ano de 1944. Em 18 de junho, o time que tinha a linha formada por Luizinho, Sastre, Tim, Remo e Pardal aplicou um inesquecível 4 a 1 no Santos dentro do estádio do Pacaembu e marcou o clássico entre alvinegros e tricolores para sempre.

As duas vitórias pelas quartas de final do Campeonato Brasileiro de 2002 também não saem da memória do torcedor santista. Com Robinho e Diego sendo descobertos para o futebol, o Santos eliminou o que era até o momento o melhor time da competição e seguiu firme até a conquista do título.

Em competições internacionais os dois clubes já se confrontaram em duas oportunidades. Em 1992, o time comandado por Raí venceu o Santos decidindo uma vaga nas quartas de final da extinta Supercopa Libertadores. O troco aconteceu em 2004, quando a equipe treinada por Vanderlei Luxemburgo eliminou o São Paulo da Copa Sul-Americana em pleno estádio do Morumbi.


Integrante da equipe comandada por Telê Santana no início dos anos 1990, o ex-atacante Muller também se lembra com nostalgia das partidas entre São Paulo e Santos. “Só por ser um clássico, a partida já se tornava especial. Tudo o que envolvia o jogo deixava a tarde com um clima diferente. São dois times que sempre fizeram belos espetáculos”, lembrou Muller, autor de sete gols com a camisa do São Paulo no confronto.

Ex-camisa 7 também do Santos, Muller guarda na memória um gol que fez diante do time da Vila Belmiro pelo Brasileirão de 1996 no Morumbi. “Cobraram um escanteio da esquerda e a bola sobrou pra mim. Coloquei forte no ângulo do goleiro Edinho e vencemos por 2 a 1. Sempre tive sorte contra o Santos. Foram poucos os jogos que não tive a oportunidade de marcar”, concluiu o ex-jogador que nunca perdeu uma decisão atuando pelo São Paulo.

Ídolos e grandes jogadores como Pagão, Peixinho, Toninho Guerreiro, Serginho Chulapa, Mário Sérgio, Pita, Müller, Careca, Ricardo Rocha, Zetti, Almir, César Sampaio, Ronaldão, entre tantos outros já tiveram a oportunidade de vestir as duas camisas e fazer parte de uma história que ultrapassa as fronteiras da capital paulista.

Independentemente das cores do uniforme e de qual cidade carregam o nome, o confronto entre Santos e São Paulo para sempre ficará registrado como um dos maiores clássicos da história do futebol paulista e brasileiro. Uma velha e bela rivalidade que já dura há mais de sete décadas.

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