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Geral

São José Operário

Redação - 01 de maio de 2019 - 09:00

 
Hoje a Igreja venera a memória de São José, sob o título de São José Operário. Embora já não conste do calendário litúrgico essa festividade que foi estabelecida por Pio XII em 1955, a data continua sendo lembrada. São José, esposo de Maria, exercia a profissão de carpinteiro. Era, portanto, um simples artesão, um mero trabalhador braçal. Antigamente a profissão de artesão era considerada pela sociedade uma profissão inferior, a tal ponto que o conhecido filósofo Aristóteles, em seu livro intitulado “Política”, questiona se os operários mecânicos devem ser contados entre o número dos cidadãos. A resposta a essa pergunta, no entanto, já havia sido dada, há muito tempo, por Jesus que quis evidenciar a dignidade do trabalho e do trabalhador, sendo ele mesmo um carpinteiro, passando grande parte de sua vida na oficina de José, o justo, o santo, o trabalhador das mãos calejadas, o humilde carpinteiro de Nazaré. “Não é ele o filho do carpinteiro?”, perguntaram os contemporâneos de Jesus. Do ponto de vista do calendário civil hoje se comemora o Dia do Trabalhador. O Dia do Trabalho tem origem num acontecimento muito triste. Está ligado ao massacre acontecido em Chicago, em 1886, quando 340 mil operários, diante da situação desumana a que eram submetidos, obrigados a trabalhar 14 a 16 horas por dia, se rebelaram e resolveram exigir mudanças radicais e lutar pela redução da jornada de trabalho. Durante o confronto seis deles foram assassinados e 50 ficaram gravemente feridos. Mas foi a partir desse incidente que a política no mundo do trabalho começou a mudar. Para ressaltar a grandeza do trabalho e a nobreza do trabalhador, a Igreja propõe São José, um membro da família real de Davi, o esposo de Maria e pai nutrício de Jesus, como o patrono dos operários. Como tão bem disse o Papa Leão XIII, os operários e proletários têm o direito especial de recorrer a São José, e mais que isso, o dever de imitá-lo.

Hoje São José, que viu no trabalho não apenas a fonte de subsistência para sua família, mas também a oportunidade para educar Jesus e contribuir para o aperfeiçoamento das coisas criadas por Deus, nos convida a não reduzir o operário a um simples número ou mero instrumento de produção e lucro. Hoje São José nos convida a ajudar o trabalhador a promover-se como pessoa, a refletir sobre as relações entre empregado e empregador, a lutar por uma política de trabalho justa e a fermentar, com os ideais evangélicos, o complicado e injusto mundo do trabalho.

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