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São José de Anchieta

Redação - 09 de junho de 2019 - 09:00

José de Anchieta nasceu em Tenerife, ilhas Canárias. Em 1551 ingressou na Companhia de Jesus e no dia primeiro de julho de 1554, ainda noviço, desembarcou com mais seis companheiros na Bahia. Um dos motivos de sua vinda era recuperar a saúde frágil no clima ameno do Brasil. O padre Nóbrega, Superior dos jesuítas, mandou-os para São Vicente e, em 25 de janeiro, eles chegaram à aldeia de Piratininga. Como era data da conversão de São Paulo, a esse santo dedicaram a obra que iriam iniciar, e esse foi o começo da cidade de São Paulo que considera José de Anchieta seu fundador. Por dez anos ele dirigiu o colégio, dedicando-se à evangelização dos índios. Para facilitar seu trabalho e a comunicação com os índios, compôs na língua tupi, uma gramática e um catecismo intitulados “Diálogos de Fé”. Em 1563, numa tentativa de pacificação entre portugueses e índios, Anchieta ficou seis meses como refém dos tamoios, terminando por conquistar a confiança dos que o haviam aprisionado. Foi nessa ocasião que ele escreveu o célebre poema da Bem-aventurada Mãe de Deus, com cinco mil versos. Escrevia-os na areia e decorava-os para mais tarde passar para o papel. Homem de profunda oração, penitência e caridade paternal, apesar da saúde precária, jamais consentiu em ser carregado pelos índios, como faziam os colonizadores. No início ele ficava feliz, com a fácil conversão dos índios, mas depois compreendeu que eram apenas sinais de boa vontade, nada significando de mais profundo, e que era necessário não forçar, mas esperar com paciência e bondade. Em cartas, ele chega a lamentar os batismos realizados de maneira apressada e até sob coação. Anchieta passou os últimos dez anos de sua vida, em Reritiba, no Espírito Santo. Morreu no dia nove de junho, no Espírito Santo, na cidade que hoje tem seu nome. O “Apóstolo do Brasil”, como ele é conhecido, foi amado pelos índios, e isso é talvez o que de mais concreto se possa dizer sobre os frutos de sua obra missionária.

A situação não mudou muito de Anchieta para nossos dias. Os índios de ontem são hoje todos os excluídos, todos os que carregam sobre os ombros, se não os colonizadores, um fardo bem mais pesado: um sistema econômico e social excludente e injusto, que continua dividindo a sociedade em senhores e escravos. Hoje também, Anchieta, um homem que amou apaixonadamente a Cristo e aos índios, nos ensina que o que faz um homem grande, não é absolutamente a sua capacidade de pensar, trabalhar, ou mesmo de não errar, mas sua capacidade de amar.

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