No mesmo sentido de recomendação encaminhada pelo Ministério Público Estadual, a Câmara de São Gabriel do Oeste mantém suspensa a renúncia do vereador Genildo Mendes Gomes (PT), investigado pela Comissão de Ética. A manobra evitaria a cassação, uma vez que esta semana ainda deve sair o relatório final, porém o MPE alertou que a Constituição determina que quando já há investigação em curso, a renúncia tem efeito suspenso até o encerramento do caso.

O presidente da Casa, José Ricardo de Melo Menezes, disse que já comunicaria esta determinação à comissão ontem, mas estava em Campo Grande em tratamento de saúde. A recomendação do MP foi entregue ontem, um dia após Genildo apresentar a carta de renúncia.

Menezes revelou que a Comissão de Ética foi informada e, consequentemente, o vereador também saberá do desdobramento. Na prática, significa que se o Mendes for cassado, a renúncia perde efeito, e se ele for inocentado, ela vale.

O presidente lembra que é o mesmo encaminhamento no caso de outros vereadores, como a ex-presidente da Casa, Maria Marilene Zatti. Ela é investigada por improbidade. Mendes foi denunciado na Casa depois de ser flagrado tentando extorquir a colega. Ele queria dinheiro para encerrar denúncias de que ela acumulava cargo na rede municipal de ensino.

Ele já é réu na Justiça, enquanto a irregularidade atribuída a ela ainda é investigada pelo MPE.