São Francisco de Sales nasceu na França, no ano 1567, e pertencia à nobre família de Saboya. Seus pais o enviaram para estudar em Paris e mais tarde em Pádua. Viveu num tempo difícil para o cristianismo, por causa do grande cisma entre católicos e protestantes que teve início em 1517 com Martinho Lutero e rapidamente se expandiu. Contrariando as pretensões do pai, aos 26 anos ingressou na vida religiosa, sendo logo enviado como missionário para Chablais. Aí seu trabalho foi assinalado por dificuldades gigantescas, já que de todos os moradores da região, somente sete eram católicos. Para chegar às pessoas, ele distribuía folhetos com argumentos e explicações sobre a fé católica. Sofreu desprezos, calúnias e até tentativa de assassinato, mas também teve a alegria de ver muitas conversões. As únicas armas que empregava no combate aos que o perseguiam, eram a doçura, a modéstia e a paciência. Aos 32 anos foi chamado para coadjutor do bispo de Genebra e, com a morte deste, tornou-se o titular da Diocese. Como bispo, promoveu reconciliações, reformou abadias, mas sobretudo procurou alimentar o povo com o Pão da Palavra, ora escrita, ora falada. Para isso usou livros, volantes e folhetos que eram distribuídos sob as portas, nos muros, onde quer que o povo pudesse ler. Toda essa atividade, mais seus livros “Tratado do Amor de Deus” e “Introdução à Vida Devota”, lhe valeram o título de Doutor da Igreja. Era extraordinariamente manso, uma mansidão adquirida à custa de muito esforço e oração. Por isso costumava dizer que não podia perder num quarto de hora, aquela mansidão que tinha levado anos para conseguir. Era uma pessoa que, como ele mesmo dizia, preferia errar por excesso de bondade que por excesso de rigor. São Francisco de Sales morreu em Lião, em 28 de dezembro de 1622 e foi canonizado em 1655. Sua festa é celebrada hoje, porque no dia 24 de janeiro, seu corpo foi levado à sepultura definitiva, em Anecy.

Hoje, em nosso mundo tão descortês e desprovido de gestos de amabilidade, inclusive dentro das nossas próprias famílias, São Francisco de Sales nos convida a corrigir as arestas de nosso temperamento e a sermos amáveis uns com os outros. E convida os jornalistas dos quais é o patrono, a usarem a profissão não para promoção pessoal nem para inquietar o povo ou fazer sensacionalismo, mas para esclarecer a verdade, promover os valores éticos e humanos que nenhuma sociedade pode ignorar.