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São Benedito

Redação - 31 de março de 2019 - 09:00

São Benedito nasceu por volta do ano 1526, na ilha da Sicília, filho de pais escravos e muito piedosos. Por causa de sua pele negra foi chamado de o “santo mouro”. Ainda jovem, foi alforriado por Manassieri, um professor siciliano. Aos 18 anos foi trabalhar como pastor de rebanhos e, com o salário que recebia, se sustentava e ajudava os mais pobres. Apesar de livre, não escapava das pessoas preconceituosas que, por causa de sua cor, o desprezavam e o humilhavam. Contudo os maus tratos dos companheiros, em vez de torná-lo revoltado, o aproximavam mais de Deus. Quando tinha 21 anos de idade, um senhor de nome Jerônimo Lanza o convidou para o eremitério em que vivia, e ele o seguiu. Sua fé, sua dedicação à oração e sua conduta irrepreensível, logo o colocaram em destaque, e com a morte de Jerônimo, São Benedito foi escolhido para superior da comunidade. Alguns anos mais tarde, a comunidade foi dissolvida, e em 1564 ele ingressou, como irmão leigo, no Convento de Santa Maria de Jesus, dos frades capuchinhos onde inicialmente, e por muito tempo, exerceu a função de cozinheiro. Apesar de leigo e analfabeto, foi nomeado superior do Convento, cargo que aceitou com relutância, mas que desempenhou com muita inteligência, firmeza e serenidade. Era admirado por todos e a todos ele dedicava profundo respeito e compreensão pelas faltas cometidas. Sua confiança na Providência era ilimitada. Terno e carinhoso, principalmente para com os doentes e necessitados, recomendava ao porteiro jamais negar esmolas aos que a pedissem. Era sempre o primeiro a se apresentar para as orações da comunidade, para o trabalho manual e a visita aos doentes. Como mestre dos noviços, demonstrou muita prudência e doçura, e os frades tiveram nele um guia seguro, um mestre na Escritura e um pai cheio de ternura. Apesar de analfabeto, possuía o dom da ciência infusa e era consultado até por mestres em teologia. Terminada sua função, voltou ao obscuro ofício de cozinheiro, cargo que desempenhou feliz e alegremente, até o dia de sua morte, em quatro de abril de 1859.

Ao mundo de hoje que dá um enorme valor ao saber e confia pouco nas pessoas sem expressão social, econômica e cultural, São Benedito lembra que as mais belas lições de vida partem muitas vezes de pessoas humildes e até analfabetas. Acolher os simples, ouvir a voz do povo, é prova de grande sabedoria, pois não raras vezes são de seus lábios que saem as respostas e as propostas mais sensatas, capazes de ajudar a sociedade a construir uma nova história de solidariedade, de justiça e paz.

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