O discurso politicamente correto dos santistas prega que o time tentará realizar hoje o que não fez na semana passada contra o Bragantino: ganhar. Mas, se na prática o duelo ficar só no empate, ninguém vai reclamar.

Técnico e atletas do Santos divergem em como chegar à final.

Os jogadores encampam a idéia de aproveitar a pressão sobre o adversário, que tem de vencer para passar à decisão do Paulista, para conseguir quebrar a retranca e obter os gols que não saíram na partida de ida. Já o treinador Vanderlei Luxemburgo defende uma classificação mais pragmática, com um empate.

"Isso é uma coisa cultural. Temos de nos ajustar à mudança da competição. Agora é mata-mata. Se, de repente, não ganharmos depois de 90 minutos, empatarmos e passarmos, o que prevaleceu? A primeira fase, porque o Santos tem direito à vantagem [de empatar]. Isso não denigre a imagem que a nossa equipe tem hoje."

Já o goleiro Fábio Costa é adepto de uma classificação sem o gosto amargo de ter sido obtida sem vitórias.

"Apesar da marcação que tentarão imprimir, eles vão precisar jogar um pouquinho de futebol também", afirma.

A primeira partida contra o Bragantino ---que se classificou com 15 pontos a menos do que o Santos-- incomodou os jogadores do clube, já que interrompeu uma seqüência de nove vitórias do time na temporada.

O volante Maldonado diz que se sentiu desafiado. "Cheguei em casa com raiva. Parecia que a gente havia perdido o jogo."

"Temos de tocar a bola e expor a equipe do Bragantino. Se a gente se movimentar em campo e conseguir envolver o adversário, a brecha vai aparecer, porque eles terão de sair para jogar", diz Marcos Aurélio.

Para o técnico santista, a postura dos jogadores ---oposta à dele-- é a mais correta. "Se chegassem aqui satisfeitos porque empataram com o Bragantino, eu ficaria preocupado."

Para o zagueiro Antonio Carlos, porém, o sucesso do time hoje depende muito mais do que ocorrer na defesa do que no ataque. "É lógico que teremos um papel fundamental, já que, se não levarmos gol, nos classificamos à final do Paulista."

No ranking das defesas menos vazadas do Paulista, o Santos está em terceiro. Em 20 jogos, levou 19 gols. O Bragantino é o segundo. A equipe do técnico Marcelo Veiga buscou a bola no fundo da rede em 17 oportunidades.


Folha On Line