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Santo Ivo

Redação - 19 de maio de 2019 - 09:00

Santo Ivo nasceu no solar de Kemartin, de propriedade de seus pais, perto de Treguier, na França, em 13 de outubro de 1523. Ao completar 14 anos de idade, foi para Paris a fim de estudar filosofia e teologia. Depois foi para Orlèans onde cursou Direito Civil e Canônico. Após ser ordenado sacerdote, ocupou por quatro anos a função de juiz eclesiástico, na Diocese de Rennes e, por seis anos, a função de pároco em Louannec. Santo Ivo ficou conhecido como o “Advogado dos Pobres”. De fato dizem que, enquanto viveu, não houve advogado de maior renome, nem mais estimado e admirado, tanto pela imparcialidade de seus juízos, como pela integridade de vida. As viúvas, os órfãos, os pobres, os oprimidos e explorados pelos ricos senhores que, se fosse possível até o pão da boca lhes tirariam, eram atraídos pela fama de bondade de Santo Ivo e o procuravam para que os defendesse. Contam que o próprio Santo Ivo ia buscar nos castelos dos ricos senhores, o cavalo ou o carneiro que tinham sido tirados de seus pobres clientes, sob o pretexto de impostos não pagos. De sua vida se contam fatos interessantíssimos, como o de uma senhora que foi levada ao tribunal, acusada de roubo. Dois farsantes lhe entregaram uma mala, contendo ouro para que ela a guardasse e só a devolvesse na presença dos dois. Passados alguns dias, a dupla de vigaristas deu prosseguimento ao plano. O primeiro ladrão conseguiu que ela lhe entregasse a mala, e o segundo ladrão a acusou de roubo. Santo Ivo usou o seguinte argumento para defendê-la: “Esta mulher sabe onde se encontra a mala e está disposta a entregá-la, mas uma vez que só pode devolvê-la na presença dos dois, fica o demandante obrigado a apresentar a este tribunal seu companheiro”. Não é preciso dizer que Santo Ivo ganhou a questão e a mulher foi libertada. Em 1928, ele retirou-se para o solar que herdou dos pais e ali instalou um hospital e um orfanato para velhos e crianças, dedicando-se a uma vida de oração e penitência. Santo Ivo faleceu no dia 19 de maio de 1303. É o patrono dos advogados.

Hoje, ressalvando as exceções, o que vemos infelizmente é uma justiça atenta às causas que interessam aos ricos e poderosos, mas surda aos apelos dos que não têm maior expressão social e econômica, uma justiça lenta e omissa, quando se trata de punir os esbanjadores dos bens públicos, mas rápida, quando se trata de punir os pequenos ladrões de galinha. Hoje, portanto, mais do que nunca, urge rezar e lutar por um sistema judiciário justo, por advogados como Santo Ivo, íntegros e misericordiosos.

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