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Santa Leocádia

Redação - 09 de dezembro de 2018 - 09:00

Santa Leocádia nasceu em Toledo, Espanha, de família nobre e de pais cristãos. Leocádia se distinguia pela nobreza, formosura e juventude, mas sobretudo por um grande fervor religioso. Era conhecidíssima nos círculos pagãos da cidade, e a prova é que tão logo Daciano chegou, trazendo a ordem para exterminar os cristãos, o nome de Leocádia foi indicado como um dos primeiros da lista. O tirano mandou chamá-la à sua presença, convencido de que ela renegaria sua fé, fosse através de afagos e promessas, fosse através de ameaças e tormentos. “Sendo a religião cristã, uma religião de gente pobre, de escravos e plebeus”, dizia-lhe ele, “como pode uma jovem rica pertencer a ela?”. Leocádia respondeu-lhe, dizendo que toda a sua glória estava em adorar Cristo e que por esse motivo jamais abandonaria sua fé. Estava disposta a morrer, como o seu Mestre, e dessa disposição ninguém e nada a demoveriam. Irritado, Daciano mandou açoitá-la. Coberta apenas por uma túnica roxa, com o sangue pingando sobre ela, mesmo assim ela se mantinha firme e, apesar de todo suplício continuou, proclamando sua fé. Foi então colocada numa prisão para cicatrizar as feridas antes de ser submetida a novas torturas. Contam que os cristãos, compadecidos, choravam ao ver o corpo de Leocádia totalmente despedaçado, cheio de contusões, aberto em feridas e deformado pelas pancadas com as varas. Na prisão, ela fez uma cruz na parede com as unhas e foi diante dessa cruz que ela expirou, no dia nove de dezembro do ano 304. Os toledanos tomaram-na como padroeira de sua cidade e, em sua homenagem, ergueram três templos: o primeiro, na casa onde ela nasceu, o segundo, na prisão onde esteve encarcerada e o terceiro, no local onde foi sepultada. Esse último deu origem à célebre Igreja de Santa Leocádia, sede dos grandes concílios de Toledo.

Hoje, nesse tempo de prazeres desenfreados e levianos, em que pouca gente quer ouvir falar de cruz, Santa Leocádia que experimentou na carne o sofrimento e a dor, nos lembra que há dois tipos de cruz: a primeira é a cruz sem Cristo, construída pelo orgulho, imposta pelo egoísmo humano e pelos sistemas opressores e injustos. Essa não deve ser aceita, porque é anticristã, diabólica e sem sentido. A segunda é a cruz que vem em decorrência de nossa fidelidade a Jesus, de nosso compromisso com um mundo mais justo e solidário. Essa sim, tem sentido, porque não constitui um fim em si mesmo, mas é instrumento de libertação e salvação.

VIANNA, Zélia (2005). Santidade Ontem e Hoje. Salvador: Paróquia de São Pedro

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