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Santa Cacilda

Redação - 09 de abril de 2019 - 09:00

Cacilda era filha do rei mouro de Toledo, Almancrin, que foi o homem mais poderoso e rico de sua época. Seu reino se estendia por toda a região de Toledo, de Guadarrama, ao norte, até Serra Morena, ao sul. Nas suas arcas estavam guardados os tesouros fabulosos que causaram admiração no Oriente. Todo esse poder e toda essa riqueza estavam à disposição de Cacilda, sua filha. Tamanha fortuna, contudo, não satisfazia o espirito da jovem que procurava alegria e conforto, na companhia dos cristãos que gemiam e sofriam, presos nos subterrâneos da grande fortaleza do reino. Uma lenda que, embora não tenha a validade de um fato histórico serve para colocar à mostra o coração bondoso de Cacilda. Narra que um dia, ao levar no seu avental de seda, gêneros alimentícios para aliviar a fome dos cristãos cativos, ela foi surpreendida pelo pai, e os alimentos que levava, se transformaram em rosas do mais fino perfume. A verdade é que Cacilda se afeiçoava cada dia mais aos cristãos e, por intermédio deles, soube da existência de uma fonte em terras castelhanas cujas águas operavam milagres. O desejo de curar-se de uma doença que sofria e a simpatia que sentia pelos cristãos, fizeram com que ela insistisse com o pai, até conseguir autorização para realizar essa longa peregrinação. O pai lhe deu acompanhamento real e cartas de recomendação para o rei de Castela, Fernando I, que recebeu a princesa moura com honras reais. Cacilda banhou-se nas águas do Poço de São Vicente, localizado na cidade de Burgos e obteve não apenas a cura do corpo, mas a cura definitiva da alma. Recebeu o batismo, fez-se cristã e no local construiu uma ermida, a fim de aí passar o resto da vida em penitência e oração. Esse pequeno santuário foi posteriormente convertido num espaçoso templo onde se encontram seus restos mortais. Santa Cacilda é a padroeira da cidade de Burgos, na Espanha.

No mundo de hoje onde o fausto e as honrarias são buscados com sofreguidão incontrolável, Santa Cacilda, a jovem que cedo compreendeu a fugacidade dos valores terrenos, a princesa moura que teve a coragem de mudar radicalmente de vida, trocando a opulência pela pobreza, o barulho dos palácios pela tranqüilidade e paz de uma ermida, nos traz preciosas lições: o caminho que nos leva ao encontro de Deus passa necessariamente pelo caminho que nos leva ao encontro do irmão, principalmente do irmão que está encarcerado, passa fome, geme e sofre nos subterrâneos frios e injustos dessa grande masmorra na qual se tornou o mundo.

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