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Santa Bertila

Redação - 30 de janeiro de 2019 - 09:00

Santa Bertila, também conhecida como Santa Batilde, nasceu por volta do ano 634, na Inglaterra. Dotada de rara beleza, ainda adolescente foi raptada por piratas e vendida a Erkinoald, mordomo do palácio de Clóvis, rei da França. Quando o rei Clóvis II atingiu a idade de casar-se, Erkinoald deu-lhe Bertila que passou a ser a rainha de Nêustria. Com o marido, um homem desequilibrado e libertino que morreu aos 23 anos de idade, totalmente louco, Bertila teve três filhos. Quando o marido morreu, ela assumiu o trono e, como regente do reino, pôde realizar tudo aquilo que lhe ditava seu bondoso coração. Orientada por pessoas equilibradas e generosas, como o bispo Santo Elói, ela tomou medidas enérgicas e corajosas. Acabou com o tráfico de escravos, uma realidade muito corrente na época, aboliu os impostos injustos que pesavam sobre os ombros das famílias, especialmente das mais pobres e posicionou-se contra a prática da simonia, isto é, contra a comercialização dos objetos, relíquias e coisas sagradas. Fundou também alguns mosteiros, num dos quais passou os últimos 14 anos de sua vida. Como regente do reino, sofreu muitas perseguições, principalmente por parte daqueles que a consideravam muito misericordiosa e não concordavam com suas atitudes, julgadas incômodas, porque os atingiam em suas mordomias. Aos 31 anos de idade passou o governo para seu filho Clotário III, retirando-se para o Mosteiro de Chelles. Nesse Mosteiro de onde nunca mais saiu, ela viveu até o dia de sua morte na mais completa austeridade, jejuando, orando, obedecendo às ordens da abadessa, dedicando-se aos trabalhos mais humildes e principalmente cuidando com desvelo e carinho dos doentes e dos mais pobres. Santa Bertila morreu no ano 680.

Para a sociedade atual, muito parecida com a daquele tempo, em que impostos pesados são colocados sobre os ombros dos mais pobres, em que os valores éticos e as coisas sagradas são comercializados como mercadorias, em que ainda existem vários tipos de escravidão, em que os que estão no poder são visceralmente contra medidas e decretos que prejudiquem suas mordomias, Santa Bertila nos dá algumas lições: o verdadeiro governante é aquele que está atento às necessidades do povo, que exerce o cargo não para escravizar e oprimir, mas para libertar e promover o bem comum, que usa o poder para servir e não para se beneficiar dele, ou nele perpetuar-se.

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