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Salve Jorge: A invasão dos Signos (2ª Parte )

Nelson Valente - 02 de abril de 2013 - 20:31

Nasce, no limiar do Século XX, a Semiótica. Ao longo de quarenta anos, um homem, numa assombrosa quietude, havia construído, paciente e criteriosamente, uma ciência, que se tornou um legado para a Humanidade.
Este filósofo, chamado Charles Sanders Peirce, até poucas horas antes de sua morte, lutava, na verdade, pela criação da Lógica, com o estatuto da ciência.
Sua vida, no entanto, foi uma travessia dialógica consigo mesmo, pois nenhuma Universidade sequer o considerou como lógico e tampouco filósofo.
Não é de se espantar, porém, que só um ser humano capaz de lançar-se numa aventura bem sucedida, rumo ao conhecimento pleno de 2500 anos de cultura filosófica, fosse capaz de conduzir-nos à criação de uma filosofia científica da linguagem: a Semiótica.
Charles Sanders Peirce não foi um homem de seu próprio tempo, mais foi o homem que desvendou a amplidão científica para todos os tempos.
A semiótica, cada vez mais, vem sendo utilizada no campo comunicacional como método de pesquisa nas mais diversas áreas, seja nos estudos das linguagens musical e gestual, da linguagem fotográfica, cinematográfica e pictórica, bem como pela linguagem poética, publicitária e jornalística.
Assim, fica cada vez mais evidente a necessidade de se compreender a relação do homem e a infinidade de signos existentes em nossa sociedade atual, como nos revela a autora da novela Salve Jorge [Signo] , Glória Perez. A linguagem humana tem se multiplicado em várias formas e novas estruturas e novos meios de disseminação desta linguagem têm sido criado.

Salve Jorge
Justificativa.

Ressalta-se de modo preambular que, como afirma Umberto Eco numa Premissa em O Signo, a invasão dos signos não é apenas típica de uma civilização industrial citadina onde impera todo um sistema complexo de sons e sinais. Pelo contrário, o Homo Sapiens teria vivido também num universo de signos indiciais: nuvens (tempo), folhas (estações), sulcos na terra (cultivo), musgo (norte), movimento do sol (horário), perfume, flores (direção do vento), pêlos (caça).
Adverte, porém, o célebre semioticista italiano, que estes últimos signos não são fenômenos naturais. Os fenômenos naturais em si não dizem nada. Os fenômenos naturais “dizem” algo ao homem à medida que esta aprende a lê-los. E que um homem “vive num mundo de signos não porque vive na natureza mas porque, mesmo quando está sozinho, vive na sociedade: aquela sociedade camponesa que não se teria constituído e não teria podido sobreviver se não tivesse elaborado os próprios códigos, os próprios sistemas de interpretação dos dados materiais (que por isso mesmo se tornam dados culturais)”.
Da imagem à escrita vai um longo e nebuloso percurso, mas podemos entrever que o Homo Sapiens utilizou de início o objeto-símbolo e a memória para guardar informações: o túmulo de um companheiro, uma pedra (objeto-símbolo) colocada sobre o túmulo, aproveitando de vários neurônios e manutenção apenas alguns com a informação necessária. Esta, em parte, passa a ser extra-somática. Os neurônios passam a exercer uma outra ação. A de verdadeira ponte sensorial entre o cérebro e o ambiente, incluindo o símbolo (pedra). Da pedra ao desenho da pedra no chão ou na caverna pode ter sido um passo. Daí, toda uma ordenação simbólica que fatalmente levou à escrita.
Creio que agora podemos divisar, na História da Cultura, a ocorrência de um processo gradativo de abstração sígnica que vai do ícone ao símbolo (segundo a graduação das categorias de Peirce), pois o desenho da pedra mencionada anteriormente é um ícone, bem como o desenho da cabeça de um boi para representar o boi é índice do boi. O índice, segundo Peirce, está fisicamente conectado com seu objeto, ambos formando um par orgânico. O desenho, enfim, da cabeça de um boi, feito nas paredes de uma caverna pelo Homo Sapiens, é em si um ícone, mas, como tem o objeto (boi) uma conexão de contiguidade (proximidade física), tornou-se um índice naquele momento. Poderá passar, no transcorrer dos séculos, porém, na escrita pictográfica, o símbolo. Como se viu, confirma-se a hipótese: primeiro veio a similaridade, depois a contiguidade.
Então teríamos: ícones (primeiridade – noções de possibilidades e qualidade); índices (secundidade – noções de choque e reação, incompletude); e símbolos (terceiridade – noções de generalização, normas e lei). Esta, a divisão dos signos feita por Charles Sanders Peirce, a mais importante, a segunda das três tricotomias, em que o signo mantém relação com seu próprio objeto. Para Peirce, “um signo ou representamen, é algo que, sob certo aspecto ou de algum modo, representa alguma coisa para alguém”. O signo só pode representar o Objeto e referir-se a ele.
Ícone: quando possui analogia ou similaridade, semelhança com o seu Objeto. Exemplo: uma foto de um automóvel, um desenho do saci-pererê, os ícones do Windows, o biscuit de um anjo, uma imagem mental, uma planta de uma cidade.
Índice: quando mantém uma conexão de contiguidade física com o objeto que indica. Exemplos: uma impressão digital, uma pegada sobre a terra do jardim, marcas de pneus sobre o asfalto, um dedo apontadopara um local.
Símbolo: está conectado a seu Objeto por forçada ideia da mente que usa o símbolo, sem a qual essa conexão não existiria. É um signo arbitrário, cuja ligação com o Objeto é definda por uma convenção geralmente social. Exemplo: as palavras de qualquer língua ocidental, uma vez que os ideogramas das línguas orientais são originalmente icônicos.
Cientistas norte-americanos, já no início da década de 80, descobriram uma onda cerebral que lhes permitiu observar o funcionamento da mente e até da consciência. Esta sutil onda cerebral só aparecia quando o indivíduo descobria uma falta de sentido no final de uma frase comum (“A faxineira varreu o chão com réguas”). A onda aparecia resgistrada numa tela logo que a mente reagia ao absurdo. Trata-se então de uma sutil assinatura elétrica da mente humana, relatada pelo doutor Steven A.Hillyard da Universidade da Califórnia. Estes sinais que acompanhavam processos mentais específicos foram chamados event-related-potencials (ERPs).
A citada experiência científica comprova hoje, mais do que nunca, que, além de a vida do homem moderno ser regida por signos, os meios de comunicação empenham-se numa luta contra a esteriotipação da linguagem diária, uma vez que, quanto mais previsível for uma mensagem, tanto menor será a informação dessa mensagem. Isto não é nenhuma novidade. Compara-se a frase comum como “Ponha um vaso sobre a mesa” com a famosa e bem antiga frase de propaganda “Ponha um tigre no seu carro”.
As mensagens criptográficas foram usadas nos anos 60 também como recurso de publicidade: no L.P. “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”, lançado pelos Beatles em abril de 1967 na Inglaterra, e em outros long-playning subsequentes, havia uma série de “pistas” que indicavam uma suposta morte de um dos componentes da banda, Paul MacCartney. A capa do LP, que é uma verdadeira obra artística de montagem, apresentava uma série de índices e ícones como a mão espalmada sobra a cabela de Paul (indicando parada) e, dentre numerosas fotos, a do poeta da morte, Edgar Allan Poe.
O cérebro do homem é uma máquina hipercomplexa que, embora com funcionamento globalizante, é inteiramente fracionado em suas funções, as quais vão desde a lembrança do nome de um amigo até as de resolução dos problemas mais intricados da vida de uma pessoa. O cérebro tem perto de trinta bilhões de neurônios, uma parte dos quais especializados, outra a ser desenvolvida ao longo da vida, conforme a vivência de cada pessoa. Há neurônios capazes de identificar cores; outras, formas; alguns, movimentos.
Os dois hemisférios cerebrais apresentam características diferentes. O esquerdo encarrega-se das atividades lógicas, verbais e matemáticas: respeita a sequência, nomeia, encaixa, verifica linearmente, analisa, conceitua, usa signos linguísticos, considera importante a sintaxe. O direito processa as imagens e a intuição: vê similaridade (é analógico), é emoção, busca os paradigmas e rejeita os sintagmas, usa signos icônicos (navega melhor no “Windows” do que no “DOS”, enxerga diversas informações ao mesmo tempo (simultaneidade).
A mente ocidental tende para o pensamento linear e a mente oriental para o pensamento em imagens. Os orientais utilizam intensamente os dois hemisférios cerebrais, uma vez que o idioma japonês é composto de ideogramas que correspondem a sons. Quando lidos, a “imagem” ou desenho do ideograma é processado pelo hemisfério direito, enquanto o som correspondente ao vocábulo é intrepretado pelo esquerdo. O mundo ocidental, reduzindo tudo ao discurso lógico ou ideológico, acabaria com o lobo direito do cérebro atrofiado. Cremos nós que com a “invasão dos ícones” em todas as grandes cidades do ocidente, sobretudo nas mensagens publicitárias, nos videoclips, nas navegações pelo cyberspace (rede mundial de informação eivada de ícones), quebrar-se-á a “ilusão de contiguidade” e o mundo inteiro se orientará.
Tudo no mundo de hoje parece girar em torno da “informação”. As abordagens novas não se referem tanto à capacidade que o homem pós-moderno tem para aproveitar adequadamente suas potencialidades cerebrais. Fala-se em “revolução digital”, traduzindo-se-a como competência para acesso à informação. Oras, o simples acesso à informação não se traduz por conhecimento. Haverá talvez necessidade de, num futuro próximo, automatização interpretativa do volume de informações que chegam até nós.

A novela Salve Jorge, de autoria da escritora Glória Perez, é um mundo dos códigos e dos signos pelo estudo da linguagem, da comunicação, da psicanálise, do saber e de muitas outras formas. No entanto, a novela Salve Jorge não definiu seu objeto! Porque cada linguagem propõe um paradigma de mundo diferente.
Nascemos apenas com uma ideia na cabeça e não fazemos outra coisa senão desenvolvê-la ao longo de toda a nossa existência.
A autora Glória Perez, pensa consigo mesma: - "Será, então, que não é possível que haja uma mudança de vida?" De fato, Glória Perez, perseguiu tão-somente uma única ideia: uma novela em bases Semióticas que alerta para os problemas do cotiadiano.
Houve momentos, no decorrer do século passado, que a filosofia se recusou a falar do mental sob o pretexto de que não podia vê-lo. Hoje em dia, com as ciências cognitivas, as questões do conhecimento - o que quer dizer conhecer, perceber, aprender? - tornaram-se centrais. Os progressos da ciência permitem tocar naquilo que antigamente era invisível, o que obriga a Semiótica questionar: como é que a linguagem estrutura a percepção que temos da novela Salve Jorge? A novela Salve Jorge , está preocupada em fazer o telespectador aprender a pensar. É uma novela que deve ser vista e discutida pelos educadores brasileiros, aos quais se recomenda atenção para o que ela representa em termos de educação moderna.
Desde os primórdios da humanidade, buscam-se explicações para o processo do conhecimento humano. Muito cedo, pensadores da antiguidade formularam hipóteses e geraram teorias que definiam a expressão humana como um processo representativo de suas formas de ver o mundo. Assim descobriram o signo, conceituaram-no e o decompuseram na intenção de, desta forma, compreender o conhecimento humano.
A investigação semiótica abrange virtualmente todas as áreas do conhecimento envolvidas com as linguagens ou sistemas de significação, tais como a linguística (linguagem verbal), a matemática (linguagem dos números), a biologia (linguagem da vida), o direito (linguagem das leis), as artes (linguagem estética) etc.
A Teoria dos Signos, criada por Charles Peirce, desempenha um papel de extrema importância em diversos estudos do campo comunicacional.
Peirce rompeu com a dicotomia significante/significado, esclarecendo o processo de significação, com sua noção de interpretante. Também propôs as tricotomias do Signo em relação a si mesmo, ao seu objeto e ao seu interpretante. Nunca chegou a dar como rigorosamente acabada a sua divisão e classificação dos diferentes tipos de signos.
Mas a classificação mais importante do signo peirceano é a que o divide as três tricotomias e as 10 classes principais, embora Peirce afirme também a existência de 10 tricotomias e 66 tipos diferentes de signos, entretanto, nomeia apenas o seu modo de geração, e não cada classe em particular.
Assim, um signo nunca aparece como signo “puro”. A tricotomia peirceana é um método de análise que permite distinguir entre diferentes aspectos da semiose, mas, quanto à sua realização ou ocorrência no mundo, nenhum signo pertence exclusivamente a uma destas classes.
Os signos podem assumir características diversas segundo os casos e as circunstâncias em que usamos. Todos necessitam, como vimos nas definições, do tipo de signo de ordem anterior (ou seu contexto). Como dizia Peirce, “todo signo tem um preceito de explicação, segundo o qual ele deve ser entendido como uma espécie de emanação de seu objeto.”
Este processo é contínuo. O signo e sua explicação formam outro signo. E este provavelmente exigirá uma explicação adicional, o que formará um signo ainda mais amplo. E assim, sucessivamente. As afirmações podem ser falíveis, como advertiu Peirce diversas vezes:
“Na comunidade de estudiosos, o processo global de desenvolvimento dessas formulações através da observação e do raciocínio abstrativo de verdades que devem permanecer válidas quanto a todos os signos utilizados por uma inteligência científica, constitui uma ciência da observação, como qualquer outra ciência positiva, não obstante seu acentuado contraste com todas as ciências especiais que surge de sua intenção de descobrir o que deve ser e não simplesmente o que é no mundo real” (1977, p. 45).”
A grande contribuição de Peirce, foi exatamente criar um modo onde podemos classificar um signo por meio de um método lógico. Peirce tentou fundar uma ciência geral dos signos que pudesse dar conta do mundo, da experiência humana e garantir a sua comunicabilidade. Sua reflexão sobre a linguagem, o signo e significação pontua os momentos mais importantes da história do pensamento ocidental.
A Semiótica, sabemos, está bem perto da origem da vida, uma vez que, sem informação e energia, aquela última não existe. Presume-se que o Universo tenha quinze bilhões de anos e sabe-se que ele não é somente este punhado de estrelas que vemos no céu à noite, quando não poluição. Apenas na nossa galáxia há 250 bilhões de estrelas; o que vemos é parte dela e há bilhões de galáxias no Universo.
Se passaram a existir seres vivos na Terra, após o “Bing-Bang”, grande explosão de toda matéria universal, foi graças às fusões nucleares do interior das estrelas. Muito tempo deve ter passado até que nosso sistema planetário tivesse esta trajetória estável e talvez um bilhão de anos até o aparecimento de moléculas orgânicas sobre a Terra.
A descoberta do código genético revela-nos a vida como linguagem. Na análise da evolução da molécula de ADN (ácido desoxirribonucléico), susbtância universal portadora do referido código, percebeu-se que aquela é capaz de armazenar informações mediante uma linguagem entre átomos. Esta linguagem é valiosa e legítima para todos os seres vivos, chamados “máquinas químicas” que perambulam sobre a Terra.
A vida, portanto, depende de informação que, por sua vez, coordena a energia-geradora dos processos dinâmicos-no meio biológico. O homem é um universo em miniatura. As vibrações de energia existentes no Cosmo também existem em cada célula do corpo e da mente do ser humano. Cada célula cumpre sempre o papel que deve cumprir no instante biológico exato. Segundo Crocomo, cada molécula tem de saber o que as outras moléculas estão fazendo e cada molécula deve ser capaz de receber mensagens, devendo, por assim dizer, ser suficientemente disciplinada para obter ordens e em muitos casos transmitir mensagens.
Já neste ponto, é importante ressaltar que a biologia moderna se compõe de dois grandes ramos: a biologia molecular ou celular e a biologia evolutiva. A cronologia cósmica, a natureza foi conseguindo estocar mais e mais informações na molécula de ADN, e assim conseguiu organismos mais e mais complexos na escala evolutiva.
Se pudéssemos perguntar a Peirce sobre os fatos da História em tráficos humanos, narrados na novela Salve Jorge, por estarem perdidos na noite dos tempos, ele nos responderia com inúmeras indagações:
Deixarão essas coisas de realmente existir por inexiste qualquer esperança de o nosso conhecimento alcançá-las?
A autora Glória Perez, da novela Salve Jorge, alerta [Signo]: traficar pessoas é violar os direitos humanos. [Objeto Dinâmico ou Referente]: a mensagem de preservação das vítimas do tráfico humano. Partindo desse pressuposto, o enfoque principal da novela Salve Jorge, apela para o enfrentamento deve vir no sentido de uma melhor defesa e garantia dos direitos humanos das pessoas traficadas.
Observa-se o impacto da linguagem verbal (contiguidade: {Tráfico de pessoas}) sobre a não verbal, preponderantemente, no signo linguístico “tráfico”, intrepretado como “vítima de prostituição”, propiciando, por outro lado, uma operação intersemiótica que contrapõe sintagma verbal a sintagma visual. A imagem da novela Salve Jorge contrasta com a imagem do dia a dia na Boate da Turquia (sintagma visual): signos icônicos, que se relacionam no interior da mensagem, por similaridade: indicando alguém é vítima do tráfico. O feeling , neste caso, para o Intérprete, é exatamente chocante, atira-o de maneira brutal, da secundidade para a terceiridade. O telespectador não tem como não entender a mensagem, ela é bem clara e direta.
[Interpretante e Referência] significados produzidos pela novela [Signo] Salve Jorge em relação ao objeto de conscientização a respeito da responsabilidade do receptor para o problema do tráfico de pessoas no Brasil.
[Fundamento do signo] a exposição de duas situações antagônicas, equilíbrio e desequilíbrio, vida e morte, em virtude do tráfico de pessoas.
Depois da morte do universo e depois de a vida ter cessado para sempre, não continuará a colisão de átomos, conquanto já não exista espírito que possa notar isso? E responderia: Há uns poucos anos, não sabíamos de que substâncias são constituídas as estrelas, cuja luz para atingir-nos pode ter exigido tempo superior ao da existência da raça humana. Não se pode dizer, enfim, que haja uma questão que não possa vir a ser resolvida, Aquém/Semiótica ou Além/Semiótica.
Seja o que for que pensemos, temos presente à consciência ou sensação, imagem, concepção ou outra representação, servindo de signo. Mas segue-se da nossa própria existência que tudo aquilo que nos é presente constitui manifestação fenomenal de nossa pessoa.
O que não impede que o fenômeno seja independente de nós.
Quando, então, pensamos, surgimos como signo.
Um signo para algum objeto que se lhe equivale e também signo sob algum aspecto ou qualidade que o liga ao seu objeto. Quando pensamos, a que pensamento se dirige este signo-pensamento que nós somos? Pode dirigir-se a uma outra pessoa mediante uma expressão externa, após considerável desenvolvimento interior; mas quer que isso aconteça, quer não, é sempre interpretado por um pensamento nosso subsequente.
Se a corrente de ideias prossegue livremente, acompanha a lei de associação mental.
Nesse caso, o pensamento que vem em primeiro lugar sugere algo àquele que vem a seguir, é signo - Salve Jorge [Pragmático] relações entre a materialidade da novela, seu objeto e seu interpretante. O nível conotativo da leitura, o simbólico. O texto intermediário da novela Salve Jorge apresenta uma convocação para reflexão e informa os acontecimentos ameaçadores.
A leitura, com o tempo e a prática vira êxtase, é semelhante a um transe.

(*) é professor universitário, jornalista e escritor

Referências Bibliográficas:

ECO, Umberto. O Signo. 5ª ed. Lisboa: Presença, 1997.Collected Papers of Charles Sanders Peirce. 8 vols. Cambridge: Harvard University Press, 1931 - 1958.
PEIRCE, Charles Sanders. Estudos Coligidos. Col. Os pensadores, trad. bras., São Paulo: abril, 1980 (ant.).
PEIRCE, Charles Sanders. Semiótica e Filosofia. 2ª ed., trad. bras., São Paulo: Cultrix / EDUSP, 1975 (ant.).
PIGNATARI, Décio. Semiótica & literatura. 6 ed. São Paulo: Ateliê Editorial: 2004.
PIGNATARI, Décio. Informação. Linguagem. Comunicação. São Paulo: Perspectiva, 1977.
VALENTE, Nelson. BROSSO, Rubens.Elementos de Semiótica comunicação verbal e alfabeto visual. São Paulo: Panorama, 1999.
________________ . Teoria Lógica dos Signos.São Paulo. Intermedial Editora,2009.
________________ .Semiótica. A invasão dos Signos. USA. Amazon, 2013.

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