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Saiba como funciona uma usina de biodiesel

Spensy Pimentel/ABr - 04 de agosto de 2005 - 10:20

reportagem da Radiobrás visitou na semana passada a fábrica de biodiesel que deve ser inaugurada hoje (4) no interior do Piauí. Segundo informações do gerente de produção, Ricardo Alonso, a fábrica custou R$ 10 milhões, e sua construção se iniciou em janeiro. Agora, 170 operários trabalham em três turnos para concluir tudo até a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quinta-feira.

O processo químico de fabricação do combustível utilizado na unidade é conhecido como transesterificação. Segundo o Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas (SBRT), ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, o processo consiste na reação de um óleo vegetal (glicerídeo) com um álcool (metanol ou etanol), em presença de um catalisador (substância que faz a reação acontecer mais rapidamente), geralmente uma base, a soda ou a potássia cáustica (hidróxido de sódio ou potássio). O subproduto da reação é a glicerina, que também tem valor comercial (é utilizada para fazer sabonetes). O álcool utilizado na reação é, em boa parte, reaproveitado na fábrica. Esse processo foi patenteado pela primeira vez em todo o mundo pelo cearense Expedito Parente, ainda nos anos 70.

"Para se produzir o biodiesel, os ésteres no óleo vegetal são separados da glicerina. Os ésteres são a base do biodiesel. Durante o processo, a glicerina é substituída pelo álcool, proveniente do etanol. O resultado da reação química entre os ácidos graxos contidos em óleos vegetais e gorduras animais e um álcool, que pode ser o etanol ou o metanol, é um éster etílico ou metílico. Quando usado como combustível, denominamos tal produto de biodiesel", explica nota na página do SBRT na internet.

O processo da montagem da fábrica é considerado "relativamente simples" pelo gerente de produção da empresa, Ricardo Alonso. Segundo ele, apenas 20% das peças utilizadas chegaram montados à unidade. "O restante foi construído aqui mesmo, a partir do trabalho de uma equipe de engenharia da região", conta. A maior parte das estruturas metálicas existentes na unidade consiste em tanques, onde é armazenado o óleo que chega e o biodiesel resultante.

O esmagamento da mamona será feito em outra unidade da empresa, em Crateús (CE). Outro subproduto do processo, a torta de mamona, também tem valor de mercado como fertilizante. As dificuldades de transporte, dado o mau estado de estradas da região Nordeste, é considerado pela empresa como o fator mais complicado no processo de produção. "Tivemos que trazer um gerador elétrico próprio para cá, de São Paulo. Foram sete dias de viagem no caminhão", conta Alonso.

A produção em Floriano deve ser de 90 mil litros diários. Segundo cálculo do Ministério do Desenvolvimento Agrário, isso implica o processamento da mamona plantada em cerca de 65 mil hectares por ano.

Em sua totalidade, segundo nota na página do governo do Piauí na internet, o projeto envolve ainda colaboração do governo do estado com o Banco do Brasil, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), a Delegacia Federal da Agricultura no Piauí, o Emater, a Embrapa Meio Norte e a Petrobras.



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