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Mundo Fitness: saiba como combater a obesidade e o sobrepeso infantil

Obesidade e sobrepeso podem ser negligenciados, pois cada criança se desenvolve de forma única. Porém, se é o pequeno a notar, em si, o problema, é hora de reavaliar o estilo de vida

Revista Viva Saúde - 23 de fevereiro de 2023 - 11:00

Mundo Fitness: saiba como combater a obesidade e o sobrepeso infantil

O problema da obesidade infantil não se limita às grandes metrópoles que exigem dos pais modernos pressa e praticidade no cumprimento das tarefas cotidianas. Comunidades rurais também enfrentam as mesmas dificuldades, que estão relacionadas a uma profunda mudança no estilo de vida. Para pior. Refeições à mesa, alimentos variados, frescos e dosados, além de atividade física são raridades que garantem saúde e bem-estar. Mas de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em todo o mundo, quase 43 milhões de crianças abaixo daquela faixa etária já apresentam sobrepeso. Aqui, no Brasil, a obesidade atinge 30% delas, incluídos os adolescentes.

A doença, nos pequenos, se caracteriza quando a relação entre o peso e a altura da criança alcança um Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 30. Entre as suas causas destacam-se fatores genéticos, hormonais, desmame precoce, dieta desbalanceada e a falta de exercícios físicos. Na maioria dos casos, hábitos de vida prevalecem em detrimento da genética. Isso significa que, na maioria das vezes, a responsabilidade é, sim, dos costumes alimentares endossados pelos pais. Afinal, as crianças não têm maturidade para fazer escolhas por si mesmas.

O quadro estatístico

De 12% a 17% das crianças brasileiras com idades entre 5 e 9 anos são obesas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Outro dado alarmante é que 74% delas vão apresentar hipertensão arterial na vida adulta. “Esses dados nos assustam ainda mais quando nos lembramos que a hipertensão arterial pode levar à doença renal crônica, com perda da função renal”, diz o pediatra Sylvio Renan Monteiro de Barros, pediatra e autor do livro Seu bebê em perguntas e respostas – Do nascimento aos 12 meses (MG Editores). Segundo a psicóloga Patrícia Spada, especialista em obesidade infantil, “algumas consequências psicológicas também têm sido relacionadas ao excesso de peso na infância, como isolamento, baixo rendimento escolar, baixa autoestima, depressão, entre outros, que vão repercutir negativamente nas relações afetivas presentes e futuras”.

À procura de ajuda

Outros prejuízos são os problemas ortopédicos, respiratórios, o diabetes e as dislipidemias (aumento de gorduras que predispõe à arteriosclerose). “Uma das queixas mais comuns é a dor no joelho. Mesmo quando a criança não gosta de fazer exercícios, sempre há a oportunidade de uma aula de educação física na escola, e correr com quilos a mais pode influenciar no resto do corpo. Para compensar, o infante muda o jeito de pisar, e aí o reflexo se estende para os ossos da perna, do quadril e da coluna, além da musculatura”, explica o ortopedista Rogério Lima, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (Sbot). Se seu filho reclama de dores ao fazer exercícios físicos ou fica cansado com uma caminhada breve ou curta, esse é o momento de procurar por ajuda especializada.

O desafio de mudar

Quanto mais cedo começar a lidar com o problema, melhores serão os resultados. “As crianças, em geral, se mostram mais abertas às mudanças na dieta e à reeducação alimentar. Cabe à família insistir e participar, dando o exemplo”, aconselha Lima. As mudanças necessárias começam com a introdução de alimentação saudável e a prática de atividades físicas. Além disso, é preciso “reduzir as atitudes sedentárias (TV, videogame, computador) para menos de 2 horas diárias”, ensina a endocrinologista pediátrica Christiane Kochi, professora adjunta da Faculdade de Medicina da Santa Casa de Misericórdia São Paulo. Uma boa estratégia é dar oportunidade à criança de saber de onde vem os alimentos, como eles são cultivados e distribuídos. Quando ela toma conhecimento da origem, evolução e distribuição dos alimentos, passa a colaborar mais com o processo. “Por isso, é importante levar a criança às compras, fazer passeios em chácaras com plantações, criações de animais etc. Ela deve também participar da elaboração da refeição, e os alimentos devem ter boa apresentação, com cores, aromas e sabores variados”, orienta o pediatra Barros.

Um corpo que move

Para incentivar o movimento, os especialistas afirmam que isso deve ser feito da maneira mais lúdica possível, principalmente com os menores, para estimular práticas que sejam agradáveis. É preciso envolvê-los. “Os jogos como o futebol, o vôlei, o basquete e outras atividades como andar de patins, bicicleta, pular corda e bambolê, entre outras, são extremamente positivas para o tratamento. Criança precisa brincar, movimentar-se e correr para melhorar a coordenação motora”, afirma Carmen Assumpção, endocrinologista e diretora do Departamento de Andrologia Feminina da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem-RJ).

Para não errar

Um dos principais equívocos que os pais cometem é não respeitar a saciedade de sua prole. Desde pequenas, as crianças saudáveis controlam a quantidade de alimento que necessitam ingerir durante o dia. Podem se alimentar menos em uma refeição e depois compensam na outra. “A insistência para que se termine uma refeição é prejudicial, mesmo porque, muitas vezes, colocamos a quantidade de alimento que nós queremos e não a quantidade que a criança necessita”, diz a endocrinologista Christiane. “Antes de pensar em agir no sobrepeso, os pais devem descobrir como evitá-lo. É mais eficaz, mais econômico e menos sofrido para todos”, alerta o pediatra Moises Chencinski. Para o especialista, o importante não é ensinar o que é proibido e sim o que se pode e deve comer de forma adequada. Essa é uma das razões por que é recomendado evitar usar o alimento como uma ameaça, um brinde ou uma troca, realizar refeições diante da TV (não há concentração naquilo que se come). Além disso, é desaconselhado pular refeições, oferecer alimentos desprovidos de qualidade nutricional apenas para que a criança não fique com fome, além de trocar as frutas por sucos – mesmo os naturais.

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