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Geral

Safra agrícola poderá atingir 134 milhões de toneladas

Agência Câmara - 14 de dezembro de 2004 - 15:58

O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, anunciou nesta terça-feira a nova previsão para a safra agrícola de 2005, que deve registrar novo recorde, podendo atingir 134 milhões de toneladas. O anúncio foi feito no seminário Desenvolvimento do Setor Agropecuário e Inclusão Social que está sendo realizado no auditório Petrônio Portela do Senado.
O crescimento da produção de alguns produtos, no entanto, como algodão, trigo, soja, milho e arroz tem preocupado o governo porque, segundo o ministro, o cenário é de queda de preços. "E isso é um problema relativamente sério porque os custos de produção subiram. Então você tem uma equação difícil para a agricultura brasileira. É preciso deixar muito claro que no agronegócio há produtos com situação positiva e o país não perderá nada".

Política de preço
Roberto Rodrigues disse que o desafio do Governo para o próximo ano será desenvolver uma política de aquisição de produtos que permita regular o preço do mercado. O ministro pediu que seja aprovada uma emenda de R$ 2 bilhões para o Orçamento de 2005 com essa finalidade. Ele explicou que os custos da produção agrícola aumentaram, em média, 13%, enquanto os preços caíram 20%. "O Governo não vai permitir que a renda agrícola despenque em 2005", assegurou o ministro.
Para o presidente da Comissão de Agricultura da Câmara, deputado Leonardo Vilela (PP-GO), a emenda vai favorecer o produtor rural. "Vai sinalizar para o mercado que o governo tem instrumentos para garantir preços e diminuir o processo especulativo e a subtração de renda do trabalhador".

Porto de Paranaguá
O ministro listou as dificuldades que o setor enfrenta no País e, entre elas, citou a precariedade das instalações de armazenagem e de transporte. Leonardo Vilela informou que deve entregar amanhã ao Ministério dos Transportes um parecer sobre a vistoria feita por um grupo de parlamentares no porto de Paranaguá, no Paraná. Vilela, que liderou a comitiva, disse que foram encontradas 38 irregularidades.

Gargalos
Roberto Rodrigues enumerou os desafios da agricultura brasileira a médio e longo prazos. São sete os "gargalos" identificados pelo ministro. O primeiro diz respeito à dificuldade de se conseguir crédito para o financiamento da produção e pesquisa. O segundo desafio é garantir a defesa sanitária, onde fica o controle de doenças como a febre aftosa, que atinge o rebanho bovino e suíno. "Temos que eliminar a doença no continente, senão teremos sempre uma espada na cabeça", disse Roberto Rodrigues.

Biossegurança e Parcerias
Os desafios seguintes listados pelo ministro foram a aprovação da Lei de Biossegurança (PL 2401/03) - que está em análise na Câmara - e a melhoria da infra-estrutura e logística do setor, que inclui armazenagem e transporte da produção. O ministro acredita que esse problema seja solucionado, em parte, com a aprovação do projeto das Parceiras Público-Privadas (PL 2546/03),que está em análise no Senado Federal.

"Pororoca" na agricultura
Os três últimos "gargalos" seriam a organização das cadeias produtivas; a aprovação de marcos legais, como uma legislação ambiental e sobre direito de propriedade; e as negociações internacionais. Falando sobre esse desafio, Roberto Rodrigues disse que o Governo teme que ocorra "uma pororoca" na agricultura, que seria uma crise ocasionada pelo excesso de oferta e falta de mercado consumidor. "Não basta aumentar a produção se não tivermos mercado", alertou o ministro.

Agricultura e pastagens
No Brasil, 62 milhões de hectares são agricultáveis e 200 milhões são pastagens. O ministro, no entanto, explicou que cada vez precisa-se de menos terra para a pecuária. Por isso, nos próximos 15 anos, há expectativa de que 30 milhões de hectares hoje usados como pastagem passem a ser destinados à agricultura. Roberto Rodrigues advertiu que não se pode separar o agronegócio da agricultura familiar. "É preciso acabar com a tentativa de se por uns contra os outros", disse o ministro, em uma referência velada ao conflito entre sem-terra e fazendeiros

Superávit
A agricultura, segundo o minsitro, é o único setor da economia brasileira superavitário e é responsável por 42% das exportações brasileiras. Os produtos mais relevantes na pauta de exportação brasileira são o café, o suco de laranja, a soja, a carne, o açúcar e o tabaco.
O seminário Desenvolvimento do Setor Agropecuário e Inclusão Social, realizado pelas Comissões de Agricultura e Relações Exteriores da Câmara, além de outros órgãos, continua agora à tarde, no auditório Petrônio Portela do Senado.



Reportagem - Sílvia Mugnatto
Edição - Ana Felícia

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