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Ruralistas e ambientalistas usam o futebol para fazer campanhas

Gilberto Costa, Agência Brasil - 09 de julho de 2012 - 14:46

Brasília – Em meio à disputa sobre a votação da Medida Provisória (MP) 571, que altera o novo Código Florestal (Lei 12.651), ambientalistas e ruralistas recorrem ao esporte mais popular no Brasil para promover campanhas contra danos ao meio ambiente e a favor do agronegócio, respectivamente.

O futebol é mote para as mobilizações do Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável, composto por 200 entidades, com a Campanha Floresta Faz a Diferença. Também é o recurso da campanha Time Agro Brasil que a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) inicia para “consolidar a imagem do agronegócio sustentável brasileiro no país e no exterior”, segundo o site da entidade.

No site do comitê, ambientalistas alertam que “é hora de apitar” e que após a aprovação do Código Florestal “o jogo não acabou” e sugere “cartão vermelho” a cerca de 30 parlamentares que “apresentaram mais emendas contra o meio ambiente” na tramitação da MP 571.

“O jogo ainda não acabou”, disse o especialista em Políticas Públicas do WWF-Brasil, Kenzo Jucá Ferreira, em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional. “Ainda está transitando uma MP, o que seria uma prorrogação da partida após três anos de tramitação”, explicou com mais uma metáfora futebolística.

Antes do adiamento da votação (ocorrido por causa da Frente Parlamentar da Agropecuária), os ambientalistas alertavam que a MP poderia ser votada amanhã, quando a CNA, junto com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), pretende pôr em campo a sua campanha que tem o ex-jogador Pelé como garoto-propaganda.

Conforme os ruralistas, a campanha será realizada até 2014, o ano da Copa do Mundo, e deverá “divulgar as práticas sustentáveis adotadas pelos produtores rurais brasileiros, além de outras iniciativas que assegurem a boa qualidade do produto nacional”.

Para a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a lei sancionada e a MP proposta somam “poucos ganhos e muitas perdas” para todos os lados. “Perdeu a sociedade brasileira com uma lei pouco clara e indulgente. Perdeu o meio ambiente. Perdeu a agricultura brasileira”, protestaram em nota os cientistas após a sanção do código e o envio da medida provisória.

Após os embates entre ambientalistas e ruralistas, dentro do governo e no Congresso, a SBPC avalia que “o Brasil continua precisando de um moderno e mais completo Código Florestal (...) não está funcional, com muitas lacunas e imprecisões, gerando séria insegurança jurídica, sem oferecer a necessária sustentabilidade ambiental, o que afinal também compromete o agronegócio” e “a MP 571, para ser responsavelmente aprovada, ainda requer importantes modificações e aperfeiçoamentos”.

Edição: Carolina Pimentel

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