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Geral

Roubalheira - o que pensa o eleitor?

Manoel Afonso - 14 de julho de 2015 - 20:52

Acabei de ler a pérola dita pela viúva do ex-deputado Janene na CPI da Petrobras– de que ele ‘não inventou a corrupção’. Ao lado, a nota da operação da Polícia Federal apreendendo bens e documentos do ex-presidente Collor. Ainda na mesma edição as informações do caso da ‘Lama Asfáltica’ e a decisão judicial de aferir os vencimentos dos vereadores da capital eleitos ainda em 2008.


Trocando em miúdos; é muita notícia ruim de uma só vez e em todas elas aparecem nomes de personagens políticos – de maior ou menor envergadura. No fundo, esse pacote de desgraças acaba dando material de sobra para a construção do pessimismo em nosso imaginário. Seria o caso de se comparar com a situação do cidadão doente que não aguenta mais ouvir falar em doenças e morte.


Cansamos de ouvir e ler referências sobre a falta de memória do brasileiro em todos os segmentos. E evidentemente que a política não seria exceção pelos seus ingredientes nascidos de uma cultura ‘além mares’, que tem sobrevivido e até se fortalecido ao longo dos períodos da história do país.


A ‘jurisprudência’ deste Brasil do ‘prende e solta’, que não se equipara a outros modelos sólidos de justiça do Primeiro Mundo, ainda não ganhou a respeitabilidade da opinião pública. Mesmo aquele processo que destituiu o ex-presidente Collor não foi o suficiente pelas circunstâncias políticas da época.


Hoje o fantasma da corrupção não distingue partidos e nem seus personagens acusados ou acusadores. A ética esfarelou-se de tal modo que a própria justiça vai perdendo sua áurea de independente - notadamente pela influência do Executivo na composição da mais alta corte do país. Há mais desconfianças do que certezas quanto a conduta da ‘ex-respeitável senhora’.


Para piorar, o ingrediente da inflação azeda o nosso humor porque nos empobrece, em contraste com os casos de corrupção que enriquecem seus personagens. Talvez seja esse o ponto chave que pode finalmente indignar a grande maioria dos brasileiros.


Se o brasileiro gosta de levar vantagem, não deve esquecer de que não está participando desta festa exclusiva de políticos e empreiteiros.


E o pior: vai ter de pagar essa conta através de mais impostos.


De leve...

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