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Rosildo Barcellos : o jovem e o trânsito

Prof. Rosildo Barcellos - 21 de setembro de 2007 - 08:04

Ficamos chocados e estarrecidos com o desastre em menos de um ano de dois aviões no Brasil. Pois saibam que a cada dia morrem de acidente de trânsito terrestre no país, o equivalente à queda de um avião, e a sociedade parece que não se incomoda nem fica indignada. Outrossim o Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), mantendo e reforçando as diretrizes internacionais proclamadas para 2007 pela Organização das Nações Unidas (ONU), Organização Mundial de Saúde (OMS) e Organização Pan Americana de Saúde (OPAS), elegeu como tema da Semana Nacional de Trânsito “O jovem e o trânsito”.
Os jovens de todo o mundo são considerados o grupo de maior exposição ao risco de mortes em acidentes de trânsito, uma vez que circulam como pedestres, ciclistas, motociclistas, condutores e principalmente como passageiros.Mas o que significa ser tema da Semana Nacional de Trânsito ? Significa levantar o debate sobre a importância de medidas que busquem a prevenção de acidentes envolvendo os jovens. No entanto, a intenção de todos nós não é somente de chamar a atenção do jovem para o respeito às leis de trânsito, mas propor a discussão sobre como toda a sociedade pode contribuir para um trânsito mais seguro.
Falando estatísticamente fica mais fácil podermos entender os fatos.Por conseguinte dos acidentes ocorridos no país em 2004, cuja idade do motorista foi informada, cerca de 44% dos condutores envolvidos em acidentes com vítimas tinham menos de 29 anos. Em 2005 esse percentual subiu para 46%, sendo que 3,4% tinham menos de 18 anos. Este ano, particularmente, acredito que tal fato mereceria tratamento diferenciado, porque o Código do Trânsito Brasileiro comemora aniversário “lei 9503” de (23/09/1997). Lançado com o objetivo de modificar comportamentos, difundir o respeito ao pedestre, ordenar o uso da via pública e humanizar o trânsito, não acredito que conseguimos alcançar nossas metas nesse sentido. A municipalização dessas atribuições mostrou-se onerosa e acima da capacidade econômica da maioria das Prefeituras.
Sendo os jovens, portanto, os mais vulneráveis ao risco de acidentes de trânsito, empenho-me em dizer que deveriam existir campanhas em todas as áreas da imprensa que incentivassem os pais a dialogarem com seus filhos, inclusive, sobre como entender as regras de trânsito A grande dificuldade é que nem sempre os próprios pais sabem agir corretamente, transmitindo, desse modo, informações e valores equivocados. Além disso, atualmente muitos pais delegam algumas funções a terceiros, por exemplo, a escola, a creche, aos CEINF’s e no caso do trânsito, aos centros de formação de condutores.
É essencial retornarmos a essa cultura, em que os pais acompanham a formação dos seus filhos e buscam sempre proporcionar um espaço de diálogo com eles, mostrando que conversar sobre trânsito pode ser bastante interessante,assim como os demais assuntos da vida e gerando reflexão sobre o temas abordados.
Por isso, lembre-se: antes ou depois do seu filho pegar a chave do carro, não vacile em ter uma boa conversa sobre dirigir. Acompanhe-o em algumas ocasiões para observar o modo como conduz e o que falta ser orientado.Certifique-o da necessidade da CNH , da ACC ou da permissão para conduzir automotores. Faça-o refletir sobre sua condição de motorista ou de pedestre. Oriente-o e estimule-o a agir conforme os preceitos da legislação de trânsito, principalmente em relação à velocidade e ao uso de substâncias entorpecentes. Esclareça-o da co-responsabilidade que temos em relação a harmonia do trânsito e com a segurança das pessoas e somente esse detalhe pode fazer toda a diferença para a sociedade.
Para finalizar e ainda falando sobre estatística;uma pesquisa denominada “O Jovem e o Trânsito” realizada pelo Ibope, encomendada pelo Programa Volvo de Segurança no Trânsito (PVST), Perkons (empresa de equipamentos de fiscalização eletrônica), Ministério da Saúde e Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (Sbot), deu-nos novas inormações sobre o comportamento e a visão do jovem brasileiro sobre o trânsito.
A pesquisa, realizada em cinco regiões brasileiras e apresentada durante a 1º Semana Mundial de Prevenção de Acidentes de Trânsito das Nações Unidas, organizada pela ONU, apontou também que o jovem reconhece que a imprudência é ainda maior quando está em grupo e acredita que este comportamento é motivado pela adrenalina.
Para 88% dos entrevistados, o jovem dirige mais depressa. Desse total 39% acreditam que o que impulsiona este comportamento é a adrenalina e 30% acreditam que é a bebida. Para 86% dos jovens entrevistados o comportamento de risco no trânsito é intensificado quando o jovem está em grupo de dois ou mais amigos. Essa pesquisa diz muito para nós. Por isso entendo que a família sempre será o esteio do jovem e do futuro cidadão.É na célula mater da sociedade que se forja a personalidade, a cultura e a educação.E com um povo educado e cônscio de seus direitos e deveres, tudo muda e fica bem melhor viver.Muitos estarão concordando comigo subscrevendo minhas palavras e outros tantos, nem tanto, mas devemos ser uníssonos em dizer que a educação tem de ser a mola mestra do nosso Brasil e vamos começar por nossa própria família.

*articulista

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