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Geral

Romarinho é condenado a 24 anos

TJGO - 23 de agosto de 2008 - 08:06

Presidido pela juíza Carmecy Rosa Maria Alves de Oliveira, o 1º Tribunal do Júri de Goiânia, condenou ontem (22) Cleidiomar Alves da Silva Camargo, o Romarinho, a 24 anos de reclusão no regime inicialmente fechado pelo assassinato da promotora de vendas Nívea Silveira Santos, ocorrido em 2 de abril de 2005. Durante a sessão, à qual os familiares da vítima compareceram com camisetas exibindo a foto dela, foi exibido um vídeo sobre a vítima, seus sonhos, marido e filhos.

O julgamento estava previsto para ontem (21) e a sessão chegou a ser instalada e os trabalhos iniciados, mas foi necessário suspendê-la às 15h50 em razão de o jurado Jerônimo Lázaro Rosa ter se sentido mal. Ele foi encaminhado ao Centro de Saúde do Poder Judiciário para um eletrocardiograma, que constatou sua impossibilidade de permanecer na sessão

Com a impossibilidade de prosseguir com o julgamento, Carmecy dissolveu o Conselho de Sentença e, por esta razão, para a de hoje foi preciso sortear novos jurados, uma vez que houve a quebra de incomunicabilidade. O sogro de Romarinho, Lauro Antônio Goulart, acusado de cumplicidade no mesmo crime, também seria julgado ontem, mas seu defensor Marcelo John Costa de Araújo, não pôde comparecer, tendo o júri sido adiado para 9 de outubro, às 8h30.

Caso

De acordo com o Ministério Público (MP) o réu era casado com Luana Rupf, filha de Lauro e então amiga íntima da vítima. Romarinho agredia constantemente a mulher, que era aconselhada pela amiga a deixá-lo. Após a separação, ocorrida por iniciativa de sua mulher, o acusado começou a pedir ajuda aos amigos para convencerem-na a retomar o casamento. Apesar de saber das constantes agressões que sua filha sofria, Lauro, que mantinha um comércio em sociedade com Romarinho, o apoiava integralmente em suas atitudes, incentivando o retorno da relação. Entretanto, ante a resistência de Luana em reatar o casamento, culpou Nívea pela separação.

No dia do fato, Romarinho atraiu Nívea até sua casa, no Setor Criméia Leste, onde a matou com repetidos golpes de faca, embrulhou o corpo em uma lona plástica, colocou-o no porta-malas do carro e foi a um local ermo, onde o jogou. Em seguida, despejou gasolina sobre Nívea e ateou fogo. Após cometer o crime, o réu apropriou-se da bolsa, dinheiro e aliança da vítima e, em seguida, contou tudo a seu sogro, que então dirigiu-se à casa do genro e limpou a cena do crime, chegando a lixar as paredes para retirar marcas de sangue. Em interrogatório, Romarinho assumiu a autoria do homicídio mas disse que as circunstâncias do crime foram diferentes das apresentadas pelo MP.

Segundo ele, foi Nívea quem, espontaneamente, se dirigiu à sua casa no dia do crime, para lhe pedir R$ 1,8 mil emprestados para fazer uma drenagem linfática. Romarinho negou o empréstimo e disse que não emprestava dinheiro "para vagabunda", o que a deixou irritada, fazendo-lhe avançar sobre o vendedor. Na briga, ele teria perdido o controle, ocasionando a morte da vítima. Mesmo após confirmar, com riqueza de detalhes, toda a seqüência de cuidados tomados por ele para encobrir o crime, insistindo na tese de que não contou com a ajuda de Lauro para isso, o acusado afirmou que se arrependeu do que fez. ( Ana Caruliny Oliveira, Juliana Faleiro e Patrícia Papini )

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