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Rogério Tenório de Moura: Por que crer em Deus?

*Rogério Tenório de Moura - 17 de agosto de 2008 - 08:35

Por mais que peseudointelectuais munidos da empáfia típica de quem se julga mais lúcido, mais capaz, mais preparado teimem em afirmar que Deus não existe pelo simples fato de que a ciência nunca conseguiu provar sua existência, o número de pessoas que buscam alento na religião não pára de crescer. O que eles tendenciosamente esquecem é que a mesma ciência também nunca chegou nem perto de provar que Ele não existe, prova disso são os inúmeros casos de efeitos paranormais que ocorrem todos os dias ao redor de todo o mundo e nunca foram elucidados por pesquisador algum.
É claro que em meio a este universo de misticismo há muita gente que tenta tirar proveito de pessoas crédulas, se sentir especial, único, respeitado; mas embusteiros existem em quaisquer atividades humanas, não seria no campo da busca pelo transcendental que seria diferente.
Os defensores do ateísmo alegam que a religião é uma farsa, que é uma forma de manipulação pacífica das massas, de inculcação ideológica, o que mais uma vez facciosamente eles esquecem é que nunca, em momento algum da história, nenhuma das atrocidades cometidas contra a humanidade tiveram respaldo bíblico algum para tanto. Aliás, a violência, mesmo que em autodefesa, foi condenada por Cristo, que deu o exemplo pagando com a própria carne. Todas as vezes que se utilizaram da fé para cometer atrocidades foi em nome de interesses pessoais, políticos e econômicos; a religião sempre foi apenas o pretexto, assim sendo a culpa não está na igreja, mas em quem preguiçosamente prefere amortecer seu senso crítico e entregar-se a qualquer canalha que venha pregando doutrinas vãs.
Não é à toa que na lista dos maiores assassinos do século XX, divulgada no livro Death by Government, ainda sem versão para o português, os comunistas “ganham de goleada” , confira:

Joseph Stalin - 42.672.000
Mao Tse-tung - 37.828.000
Adolf Hitler - 20.946.000
Chiang Kai-shek - 10.214.000
Vladimir Lenin - 4.017.000
Tojo Hideki - 3.990.000
Pol Pot - 2.397.000
Yahya Khan - 1.500.000
Josip Tito - 1.172.000

Como humanismo, embora sendo um conceito filosófico, acabou se firmando como uma espécie de religião para os ateus, prova disso é a Igreja Positivista, sediada no Rio de Janeiro; tratar-lhe-emos como se fosse uma unidade coesa, embora na prática seja extremamente difusa e prolixa. Trata-se de um termo muito amplo, às vezes confundido com ética, dignidade humana, direitos humanos, mas por uma questão de síntese, vamos considerar a expressão apenas como sendo a crença na capacidade humana para resolver TODOS os problemas da própria humanidade.
Diante da lista supracitada, pergunto-me: devo acreditar no ser humano? Se o homem que crê no etéreo é capaz de maquiar as escrituras em benefício próprio, de fazer vistas grossas a inevitável justiça divina, que se pode esperar daquele que crê apenas em si mesmo?
Assim não colocamos em discussão o humanismo, ao menos não o mérito da filosofia em si e sua crença na capacidade humana de promoção, de desenvolvimento, mas sim uma espécie de idolatria do homem pelo homem que vem sistematicamente tentando invalidar a fé em Deus sem acrescentar nada de verdadeiramente relevante à humanidade. Querem destronar Deus, mas não apresentam uma alternativa. Esperam roubar a esperança de quem perdeu entes queridos ou está à beira da morte ou não vê sentido no padrão de vida corrompido deste mundo que a cada dia se afunda ainda mais na falta de ética e moral, mas não apresentam nada que o substitua a altura.
Os heróis do ateísmo mostraram-se invariavelmente ao longo da história megalomaníacos e despostas, mas ainda assim querem que continuemos acreditando que pode surgir do meio deles, ateus, alguma espécie de semideus capaz de dar norte a nossa sociedade capitalista corrompida.
O mais irônico neste comportamento autofágico de quem se proclama auto-suficiente, sem necessidade de crer em nada além do que seus pobres olhos podem ver, é que eles não conseguiriam viver se não tivessem um Deus a quem contestar. Seu assunto é invariavelmente a inexistência de Deus e o culto ao personalismo de quem nele não crê. Colocam-se em seus próprios altares e por falta de adoradores vangloriam a si mesmos. Comportamento idêntico ao do “anjo caído” que queria roubar o trono de Deus.
Não sou muito dado a ditados populares, mas este, sem sombra de dúvida, se encaixa feito uma luva ao assunto em questão: o pior cego é aquele que não quer ver. Diante de tantos “indícios” diários da existência de que, como dizia Shakespeare, “há mais mistérios entre os céus e a Terra do que sonha nossa vã filosofia”, continuam insistindo em tentar fazer com que as pessoas desacreditem de seus próprios sentidos. Agem mais descrentemente que São Tomé, pois nem mesmo vendo crêem, preferem conjecturar sobre qualquer outra possível explicação, mesmo que esta seja ainda mais ilógica que simplesmente crer naquilo que seus olhos viram e seus ouvidos ouviram.
Há tantas manifestações do sobrenatural nas mais diversas religiões que somente quem não quer crer pode teimar e desmentir aquilo que eles se negam a ao menos conhecer. De outra forma, como explicar alguém beber cinco litros de pinga e fumar dez charutos e “desincorporar” como se nada tivesse acontecido? Como explicar as sessões de exorcismo nas igrejas pentecostais e neopenteconstais em que “espíritos malignos contam detalhes da vida de terceiros? Como explicar o fato de uma pessoa analfabeta começar a falar em línguas de países ermos em meio a cultos de adoração? Como explicar as visões, vozes e revelações que efetivamente se cumpriram? Isto os “sem deus” não explicam.
O cientista Richard Dawkins, doutor pela Universidade de Cambridge, ganhou mídia internacional com o lançamento do livro “Deus: Um Delírio”, que chegou recentemente ao Brasil e durante algumas semanas se manteve entre os mais lidos da lista da revista VEJA. A popularidade da obra se deve, entretanto, mais à curiosidade das pessoas em ver os argumentos dos ateus contra a existência de Deus que propriamente de encontrar ali a solução para dilemas existenciais.
O livro, porém, frustra os que esperavam novos argumentos sólidos contra a existência de Deus, o autor não sai do lugar comum, usando os mesmos clichês velhos e desgastados, não inova sequer no fato de usar uma linguagem ofensiva e ácida contra os que crêem em Deus. O resumo da obra é que, segundo Dawkins, a ciência já refutou Deus (grande coisa, como se todos já não soubessem!), que a religião é má por tolher as liberdades do homem (engraçado, pensei que ela regulava a conduta social do homem pelo bem da coletividade como um todo, apesar de garantir livre arbítrio) e que tem origem num "vírus da mente" (que a mesma ciência que ele tanto propala jamais conseguiu provar).
Para concluir, apresento ao amigo leitor uma série de excertos bíblicos sobre os quais vale à pena se debruçar. Leia-os, estude-os, reflita, discuta:

"Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis" (Romanos 1:21-23).

"Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do SENHOR! Porque será como a tamargueira no deserto, e não verá quando vem o bem; antes morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável. Bendito o homem que confia no SENHOR, e cuja confiança é o SENHOR. Porque será como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro, e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto. Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?" (Jeremias 17:5-9)

"Diz o insensato em seu coração: não há Deus" (Salmo 14.1)

Um forte abraço, até semana que vem.

*Rogério Tenório de Moura é licenciado em Letras pela UEMS, especialista em Didática Geral e em Psicopedagogia pelas FIC; presidente em exercício do SISEC (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Cassilândia).

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