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Rio Paraguai baixa mais e atinge menor marca em 32 anos

Marcelo Fernandos, do Corumba On Line - 05 de novembro de 2005 - 17:25

O rio Paraguai igualou, hoje (5), o menor nível dos últimos trinta e dois anos ao atingir a altura de 90 centímetros na régua de medição do Serviço de Sinalização Náutica do Oeste, no 6º Distrito Naval em Ladário. Levantamento do hidrólogo Sérgio Galdino, pesquisador da Embrapa Pantanal, confirmou que essa marca de 2005.

Ao comparar com anos anteriores, o pesquisador verificou que desde 1974, somente em 2001, o rio atingiu nível tão baixo. Naquela oportunidade, na primeira quinzena de novembro, a régua ladarense registrou altura mínima de 90 centímetros, a mesma medida no sábado, pela Marinha do Brasil. Antes de 1974, o Pantanal viveu o maior e mais intenso ciclo de seca que se tem registros. No período de 1964 a 1973 o nível máximo não passou de 2,74 metros, e o mínimo foi de 61 centímetros abaixo do zero da centenária régua de Ladário, que registra dados desde 1900.

Galdino explicou que o baixo nível atingido pelo rio já era esperado. Previsões feitas anteriormente pela Embrapa Pantanal, sinalizavam probabilidades muito altas de a altura mínima do rio ficar entre 51 centímetros e 1 metro.

O pesquisador esclareceu que o fato da régua marcar 90 centímetros não significa que as pessoas podem atravessar a pé o rio Paraguai. A explicação é a seguinte: “a régua foi instalada num local de fácil leitura (margem direita do rio), assim, o zero da régua não corresponde ao local mais profundo. Se o nível da água do rio Paraguai, em Ladário, atingisse a marca de zero centímetro, mesmo assim o rio nesse local teria uma largura de aproximada de 250 metros e uma profundidade média de 4 metros. Daí a explicação para o fato dessa régua já ter registrado valores negativos, como ocorreu em 1964, quando o nível do ficou 61 centímetros abaixo do zero, e nem por isso o rio Paraguai secou”, observou.

O período chuvoso no Pantanal normalmente tem início em outubro prolongando-se até março. Nesses meses o volume de das chuvas corresponde a cerca de 80% da precipitação total anual, destacou o hidrólogo da Embrapa.

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