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Rio Paraguai atinge menor nível dos últimos 5 anos

Marcelo Fernandes, do Corumbá Online - 30 de agosto de 2005 - 07:07

Levantamento realizado pelo hidrólogo Sérgio Galdino a partir de análise do método probabilístico da Embrapa Pantanal, que estuda o comportamento do rio Paraguai, na régua de medição do Serviço de Sinalização Náutica do Oeste, do 6º Distrito Naval, em Ladário, indica ser “muito alta (99%)” a probabilidade de o nível mínimo do rio ficar entre 0,51 m e 1 metro, este ano. Os menores índices devem acontecer, “provavelmente”, entre os meses de novembro e dezembro, esclareceu.

Galdino explicou ao Corumbá On Line que “a princípio”, os dados consultados apontam para essa possibilidade. Ele salientou que se a altura ficar abaixo dos 90 centímetros será o menor nível do rio Paraguai nos últimos 31 anos.

A análise do comportamento do rio Paraguai na régua centenária da Marinha – que registra os dados desde 1900 – mostrou que nesta segunda-feira, 29 de agosto, o rio atingiu o menor índice dos últimos cinco anos, quando mediu 2,14 metros na mesma data de 2001. Hoje, a altura é de 2,11 metros.

A avaliação das projeções históricas também revelou que “para essa época do ano é o menor nível desde 1973”, informou o pesquisador da Embrapa Pantanal.

O hidrólogo classificou como “complicado” o quadro do rio Paraguai, que atingiu, em 20 de junho, o nível máximo com 3,26 metros, medidos pelo Serviço de Sinalização Náutica. Ele observou que durante cinco meses houve “oscilação pequena”, com o nível ficando praticamente estagnado, entre março e julho, começando a baixar com maior intensidade a partir de agosto, numa média diária de 2,8 centímetros.

Segundo o pesquisador, quando o nível máximo anual – na régua ladarense – fica abaixo de 4 metros, como ocorreu em 2001, com apenas 3,15 metros, o ano é considerado como sendo de seca no Pantanal. Por outro lado, se o pico da cheia for igual ou superior a 4 metros, o ano pode ser considerado como sendo de cheia no Pantanal. O que leva à constatação que a região pantaneira vive, em 2005, um ano de seca.

“Contudo, não se pode afirmar que estamos entrando num ciclo de seca”, observou. Para que se configurem os ciclos, seja de seca ou cheia, é necessário período mínimo de dois anos com o mesmo comportamento no nível fluvial. “Em 2004 foi ano de cheia, com o nível máximo (também chamado de pico) chegando a 4,26 metros”, lembrou.

“Agora, se em 2006 se repetir a situação de 2005, poderá ser interrompido o mais longo ciclo de cheias do Pantanal, que começou em 1974”, ressaltou Sérgio Galdino.

O último ciclo de cheia pantaneira aconteceu entre os anos de 1964 a 1973, com o nível mínimo do rio Paraguai alcançando 61 centímetros.

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