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Rigo nega repasses ilegais e diz que vídeo é maldoso

Fernanda França, Campo Grande News - 22 de setembro de 2010 - 13:50

O deputado estadual Ary Rigo (PDT), primeiro-secretário da Assembleia Legislativa, negou nesta manhã, durante entrevista coletiva, qualquer envolvimento em esquema de corrupção e pagamento de propina ao Tribunal de Justiça e Ministério Público Estadual para \"salvar a pele\" do prefeito de Dourados, Ari Artuzi.

Ele contestou a veracidade do vídeo gravado pelo jornalista Eleandro Passaia, em que fala sobre “devolução” de dinheiro ao governador André Puccinelli (PMDB) e pagamento de R$ 300 mil ao MPE e R$ 900 mil ao TJ.

“É uma fita ilegal, montada, foi tudo editado”, garantiu, ressaltando que os repasses, ao qual se referiu, são os valores aproximados que TJ e MP “obtiveram a mais por força de intervenção dos deputados”.

Na prática, Rigo enfatizou que a Assembleia Legislativa foi a que mais sofreu redução nos repasses constitucionais para que Judiciário e Ministério Público fossem menos afetados.

O parlamentar também justificou suas declarações afirmando que tentava “impressionar” Passaia ao falar de tais valores. “Para mostrar força e impressionar o meu interlocutor, referi-me aos valores como se partissem da Assembleia”, admitiu.

Sobre a devolução de R$ 2 milhões e depois de R$ 6 milhões ao governador, a que Rigo se refere no vídeo postado no Youtube, ele também atribuiu a valores repassados à Casa e não utilizados e à economia que o Legislativo tem feito nos últimos meses, a partir de várias medidas de contenção não citadas.

No vídeo postado no Youtube, Rigo também se refere ao desembargador Claudionor Abss Duarte, como se ele tivesse “segurado” a prisão do prefeito de Dourados, Ari Artuzi. Rigo negou e disse que só conversou com o magistrado “para saber se fora feito outro pedido de prisão contra o prefeito de Dourados”.

Sobre os pagamentos a que se referiu para o Ministério Público, Rigo garantiu que jamais “exerceu qualquer influência sobre o órgão”, sobretudo sobre o ex-procurador geral de Justiça, Miguel Vieira da Silva.

“Tanto é que o Ministério Público requereu a busca e apreensão de bens e documentos, a prisão e o afastamento do prefeito”, detalhou, referindo-se a fatos relacionados à operação Owari, da Polícia Federal, que desmantelou esquema de corrupção na prefeitura de Dourados.

Rigo também falou sobre a afirmação de que cada deputado estadual receberia 120 mil reais por mês, até entrar em vigor a Lei da Transparência. “Evidente que quis referir-me ao valor total do custo de gabinete de cada um”.

“Nós aqui pagamos imposto de renda sobre R$ 27.048,00 e temos uma verba indenizatória de R$ 11.250,00, isso dá 38 mil reais. Nós temos mais 10 cargos de gabinete que isso dá mais 32 mil reais. Isso dá R$ 70 mil. Se fossemos aplicar o que manda a Constituição, que é 75% dos que a Câmara Federal tem, esta verba de pessoal de 32 mil deveria ser acrescida de mais 13 mil. Isso daria R$ 83 mil. Além disso, temos uma verba indenizatória, cada Assembleia tem um valor. Aqui, temos R$ 11.250, 00, mas se adotássemos o valor que outras Assembleias do País, que é mais R$ 40 mil, nós chegaríamos a R$ 123 mil”, somou.

Ele fechou as explicações dizendo que os 32 anos de vida pública, incluindo 6 mandatos de deputado e um de vice-governador, “jamais foram manchados por qualquer ato”.

Questionado sobre as intenções de Eleandro Passaia, assessor direto de Artuzi, em prejudicá-lo, Rigo disse que as apurações da Polícia Federal devem apontar os motivos. “Eu sempre quis ajudá-lo, na administração, levando recursos para Dourados, mas não sei porque ele quis gravar. Nunca fiz maldade nenhuma para ele”, declarou.

Disse que Passaia o chamou para conversar preocupado com a iminente cassação de Artuzi pela Câmara de Dourados. A conversa entre os dois aconteceu no hotel Poti, em Maracaju, de propriedade da irmã do deputado.

“Tem algumas coisas que ele me falou que não colocaram na fita, foi cortado, mas era mais ou menos assim: o prefeito tem um compromisso com os vereadores e não cumpre há três meses, por isso estão querendo cassar ele. Daí eu falei pra ele que não queria mais me meter com o Artuzi lá em Dourados”, contou.

Rigo admitiu que “cometeu uma irresponsabilidade grande” em não medir suas palavras ao falar com Passaia. Disse que o jornalista não tinha autorização, inclusive, para gravá-lo no dia 12 de junho, já que esta permissão só foi lhe dada no dia 17 de julho.

“Como ele me gravou antes, usaram no Youtube”, explicou.

O deputado finalizou dizendo que está à disposição da Justiça e do Ministério Público para quaisquer esclarecimentos.

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