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Réus do caso Asmego negam participação no crime

TJGO - 03 de julho de 2007 - 06:46

O bacharel em Direito Régis Prado de Oliveira e o gestor de agronegócios Marco Valério Caetano de Oliveira negaram hoje (2) ao juiz-substituto na 9ª Vara Criminal de Goiânia, Luís Flávio Cunha Navarro, terem participado do desfalque de R$ 2,4 milhões nas contas da Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (Asmego). Também foi denunciado pelo crime o gerente de serviços gerais Rodrigo Prado de Oliveira que, interrogado na semana passada, assumiu o crime e inocentou seu irmão Régis e o concunhado Marco Valério, ressalvando que, contrariando as contas da denúncia, furtou da Asmego R$ 1,7 milhão.

Incluído na denúncia por ter emprestado sua conta bancária para o irmão, Régis disse que não sabia de absolutamente nada relacionado aos furtos de Rodrigo. Segundo ele, o gerente de serviços gerais pediu-lhe a conta emprestada alegando que estava com o nome sujo na praça e precisava de cheques assinados, o que ele fez. Questionado se teria condições de comprovar que seu padrão de vida é compatível com seus ganhos disse que sim, comentando:"Tenho apenas um carro e um apartamento. Nada demais".

Régis admitiu ter emprestado o nome para que Rodrigo adquirisse alguns carros, salientando, no entanto, que tais aquisições ocorreram antes do período em que o irmão passou a furtar a Asmego. Todos os carros adquiridos após 2006, segundo ele, não tiveram sua participação e, durante o interrogatório, Régis chegou a demonstrar surpresa ao ser informado de que dois carros foram comprados recentemente em seu nome. Segundo ele, ninguém da família sabia dos imóveis comprados por Rodrigo com o dinheiro desviado da Asmego, tendo conhecimento apenas da casa no Jardim América, visitada por ele e o restante da família quando ainda estava em construção, há cerca de quatro meses. Régis disse que o escândalo causou-lhe grande transtorno psicológico, levando-o a tomar medicamento antidepressivo, além de provocar muito constrangimento no ambiente familiar.

Inocente

Ao ser interrogado, Marco Valério, que foi denunciado por receptação qualificada - já que no entendimento do Ministério Público (MP) ele concordou em colocar à venda cinco veículos de Rodrigo, sabendo que se tratavam de produto de furto - negou as acusações dizendo que montou uma garagem para comercialização de veículos há alguns meses, sendo que sua principal fonte de rendas são os negócios que faz na fazenda da mãe. Dizendo ser evangélico, contou que conheceu Rodrigo há 12 anos, durante seu casamento e, desde então, somente o encontrou nas festas de família e um dia em que foram juntos para um flat de Rodrigo em Caldas Novas. "Passamos a noite lá com nossas famílias. Mas ele me disse que o imóvel era de um amigo dele", afirmou.

Marco Valério disse que Rodrigo chegou propor sociedade com ele na garagem, tendo recusado por não gostar de sociedades nos negócios. Segundo relatou, por volta de março deste ano o gerente de serviços gerais o procurou oferecendo cinco veículos - quatro carros e uma moto - para vender em consignação. "Chequei a documentação deles e estava tudo certinho, sem multas, sem dívidas, sem qualquer restrição. Os carros eram de propriedade dele mas estavam no nome de sua mulher, de um primo, de seu irmão. Como ele também é evangélico e somos da mesma família, jamais imaginei que faria algo assim comigo",comentou.

Ele disse que ofereceu 2% de consignação a Rodrigo, que aceitou, mas os carros não foram vendidos. Com relação ao depósito de R$ 5 mil em sua conta bancária, feito por Rodrigo, disse que era referente ao dinheiro do conserto de dois veículos adquiridos por Rodrigo em um leilão. "Eu tenho um mecânico que presta serviços para mim há mais de dez anos e é de extrema confiança. A pedido do Rodrigo, coloquei dois carros dele para consertar lá mas depois ele sumiu e eu precisava pagar o conserto. Quando o localizei, pedi o dinheiro e ele disse que só poderia me pagar R$ 5 mil naquele momento", contou, afirmando que o conserto ficou no total de R$ 39 mil, tendo Marco Valério arcado com o restante do valor. "Algum tempo depois, ele me ofereceu uma camionete. Resolvi aceitar pois vi que ele não iria me pagar. Comprei ela, abatendo o valor do conserto e devolvendo-lhe R$ 46 mil", explicou.

Marco Valério disse ainda que o fato de Rodrigo dirigir carros de luxo jamais chamou sua atenção. "Sempre que o via com esse carros, achava normal. Eu sabia que ele trabalhava na Asmego mas não sabia seu salário. Além disso, ele é de família rica. Seu pai é dono de seguradora", comentou. (Patrícia Papini)

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