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Resumo do depoimento do ex-presidente do Banco Popular

Agência Senado/Agência Câmara - 24 de agosto de 2005 - 08:19

O ex-presidente do Banco Popular do Brasil, Ivan Guimarães, afirmou, em depoimento à CPI dos Correios, que os gastos da instituição com publicidade, cerca de R$ 29 milhões em 2004, foram normais e necessários. A agência responsável pela publicidade do Banco Popular é a DNA, de Marcos Valério Fernandes de Souza, acusado de ser o operador do "mensalão".

- Estávamos começando. Os gastos com marketing eram necessários, porque precisávamos construir uma marca, como é típico de uma empresa em nascimento - disse.

Guimarães explicou que não foi realizado processo licitatório para contratar a DNA porque o Banco Popular se utilizou de toda a estrutura do Banco do Brasil, e a agência de Marcos Valério já havia vencido uma licitação no BB. Os serviços incluem propaganda em TV, rádio e anúncios em ônibus.

Ele atribuiu aos investimentos em publicidade o fato de o número de clientes do banco ter crescido de forma expressiva no final do ano passado, mas admitiu que o Banco Popular se serviu do cadastro da rede varejista Marabraz, informando que essa é uma operação comum no mercado financeiro.

Ivan Guimarães, que é filiado ao PT e participou da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência como captador de recursos, admitiu conhecer o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, mas negou que tenha sido indicado ao cargo por ele.

- Cheguei onde cheguei pela minha experiência na área - afirmou.

Questionado sobre os motivos que o levaram a pedir seu afastamento, Guimarães sustentou que se sentiu desconfortável após a imprensa noticiar que o PT estaria utilizando cargos no governo para fins políticos. Ele informou ainda que pretende deixar o partido.

O ex-presidente também confirmou que é proprietário de um apartamento que o advogado e sócio de Marcos Valério, Rogério Tolentino, comprou da ex-mulher do deputado e ex-ministro José Dirceu (PT-SP), a psicóloga Maria Ângela da Silva Saragoça. Afirmou, no entanto, que desconhecia a procedência do imóvel.

Segundo Guimarães, a grande razão de ser do Banco Popular é "trazer a população não bancalizada para o sistema financeiro".

- A população tinha uma visão muito negativa dos bancos, mas queria ter acesso aos serviços. Essa é a função das microfinanças - explicou.

Ele também considerou dentro da normalidade o fato de os números da empresa, que foi implantada em 2003, não serem positivos, alegando que os bons resultados só são esperados a partir de 2006. De acordo com informações da imprensa, os gastos com marketing do Banco Popular superam o valor emprestado à população carente, que gira em torno de R$ 20 milhões. (Agência Senado)

Depoente ganha R$ 36 mil como conselheiro indicado pelo BB
O ex-presidente do Banco Popular do Brasil Ivan Guimarães informou na CPMI dos Correios que, após deixar o cargo em abril devido ao interesse do PT em “realocar seus quadros”, passou a ganhar R$ 36 mil como conselheiro indicado pelo Banco do Brasil a três grandes empresas: a Kepler, onde recebe R$ 8 mil; a Belgo-Mineira, que lhe paga R$ 10 mil; e a Bombril, que está sob intervenção judicial e lhe dá R$ 18 mil por mês.

Prejuízo de R$ 60 milhões
Em resposta ao deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), Guimarães admitiu que o Banco Popular teve prejuízo de R$ 60 milhões em seu primeiro ano de operação. (Agência Câmara)

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