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Geral

Resumo de ontem dos brasileiros na Paraolímpiada

Comitê Paraolímpico Brasileiro - 28 de setembro de 2004 - 06:25

Foram dez dias de muita luta em solo grego. O País já está quase encerrando a sua participação nos Jogos Paraolímpicos de 2004. A única modalidade que ainda irá competir será o futebol de 5 (para cegos), que disputa o título da competição hoje, contra os argentinos. O Brasil está na 15ª posição no quadro geral de medalhas e poderá alcançar a sua meta técnica: ficar entre os 20 melhores do mundo e três melhores das Américas.

Se o Brasil ganhar o ouro no futebol de 5, ele alcançará sua meta técnica. Mas se não ganhar, será mais uma medalha para o quadro do Brasil, que já pode ser chamado de Potência Paraolímpica Mundial. Em Sydney, o País levou 64 atletas que disputaram nove modalidades quando conquistaram seis ouros, dez pratas e seis bronzes. Para Atenas, os números começaram a aumentar antes mesmo da delegação pisar em solo grego. A equipe do Brasil foi composta por 98 atletas de 13 modalidades. O País conquistou 33 medalhas (incluindo a do futebol de 5, que só será definida amanhã) – já são 13 de ouro, 12 de prata e sete de bronze.

Se a delegação teve um aumento de 50% no número de integrantes, o aumento de medalhas também fecha com o mesmo índice. Os resultados de ouro do Brasil representam aumento de qualidade nas medalhas conquistadas. Se o País continuar com os 13 ouros, ele terá um acréscimo de 116% em relação à Sydney e se ganhar o ouro no futebol de 5, o número sobe para 133%. Os resultados nas modalidades que mais abocanharam medalhas na competição também são satisfatórios: atletismo e natação



Brasil País do Futebol Paraolímpico



Ontem, penúltimo dia dos Jogos, o Brasil deu um show particular. Medalha. Medalha. Medalha... União, determinação, garra. O dia começou com a conquista da prata no futebol de 7 (paralisados cerebrais). O Brasil perdeu contra a seleção da Ucrânia, que é atual campeã mundial, por 4 a 1. Os brasileiros que fizeram a sua melhor campanha de todos os tempos tiveram problemas no último jogo contra os seus principais rivais e acabaram perdendo três dos seus principais jogadores. “Em nenhum momento vamos dizer que a culpa é deles (de Leandro Marinho, Flávio Dino e Luciano Rocha, expulsos na semifinal). Me sinto um pai destes jogadores. Como pai, nunca condenaria meus filhos”, afirmou Paulo Cruz, técnico da modalidade.

Hoje os brasileiros do futebol de 5 (para cegos) enfrentam os argentinos e têm tudo para trazer mais um ouro. Com as duas medalhas no futebol paraolímpico o Brasil confirma a sua fama como melhor do mundo na modalidade.



Atletismo se supera e revela novos atletas



O Brasil também é o País do Atletismo. Na pista e no campo do Estádio Olímpico de Atenas os brasileiros brilharam novamente. Foram cinco ouros, seis pratas e cinco bronzes. Hoje foi a vez de grande revelações e resultados de novos integrantes na equipe. Odair dos Santos, Gilson dos Santos, Terezinha Guilhermino e Ozivan Bonfim despontaram e ganharam medalhas.



O primeiro a competir foi André Andrade, que já havia conquistado o ouro nos 200m, em uma das provas mais difíceis dos Jogos: os 100m da categoria T13 (definição de imagem). Ele conseguiu sua segunda medalha. Desta vez, a conquista foi prateada. André terminou com o tempo de 11s06. O ouro ficou com Royal Mitchell, dos Estados Unidos, com 10s98. O atleta também bateu o recorde paraolímpico. O cubano Irving Bustamante obteve a terceira colocação com 11s24.



“Fiquei muito feliz com o resultado da prova. O nível é muito alto. Tanto que o americano bateu o recorde paraolímpico”, afirmou Garcia. “André chegou ao topo do mundo. Agora precisamos manter os treinamentos e aumentar a intensidade também. A manutenção do apoio do CPB é fundamental para que ele se mantenha entre os melhores do mundo”, completou Ciro Winckler, técnico nacional da modalidade.



Nos 400m, o Brasil fez dobradinha. Ádria Santos, a maior medalhista de todos os tempos, ganhou a sua terceira medalha. Ela finalizou a prova em segundo lugar com 57s46. Destaque para a francesa que destruiu seu próprio recorde mundial, que era de 56s15, e foi para 53s67. Outra brasileira a conquistar mais uma medalha no atletismo foi a mineira Terezinha Guilhermina, que ficou com o bronze da prova após marcar 57s52. “Competir é a arte de mostrar para os outros que você é capaz”, afirmou Guilhermina.



Dia feliz para os 800m masculino. Os brasileiros Gilson dos Santos, que correu na categoria T13, conquistou a prata com 1min56s81. Tim Prendersgast, da Nova Zelândia, foi o vencedor (1min56s23). O terceiro tempo foi para o canadense Stuart McGregor, com 1min56s93. “Esperava bronze e veio a prata. Ofereço essa vitória ao meu treinador Amaury Veríssimo, que além de ter me ajudado muito considero como um pai”, falou Gilson.



Odair Santos, que já tinha ganhado uma prata nos 1500m, também conquistou o bronze nos 800m. Ele finalizou a prova em 1min54s08. O primeiro lugar ficou com o espanhol Abel Ávila (1min53s12) e o segundo com o tunisiano Maher Bouallegue (1min54s04). “Fiquei encaixotado e poderia ter tido um resultado melhor, mas estou muito feliz”, afirmou Odair. Ele que teve um problema de panturrilha durante três meses e teve pouco tempo para se recuperar. “Isso foi superação. Para ele, a medalha vale ouro. Odair ainda tem muito para crescer. Acredito no seu potencial”, afirmou o seu técnico Fábio Breda, que acompanha o corredor em Atenas.



Ozivan Bonfim leva ganha o bronze nos 5000m



Nesta segunda-feira, ver a bandeira brasileira hasteada no centro do Estádio Olímpico de Atenas foi uma cena rotineira. O Brasil ganhou nada menos que três pratas e três bronzes. Neste embalo, Ozivan dos Santos Bonfim levou o bronze nos 5000m, com a marca de 15min02s09. Samir Nouioua, da Argélia, foi o vencedor da prova com o tempo de 14min54s49. A prata ficou com Javier Conde, da Espanha, com 15min00s31. O outro brasileiro na disputa, Moisés Vicente, quase ganhou medalha. Com 15min10s65, ele ficou na quarta colocação.





Natação é a 9ª melhor do mundo

O Rei das Piscinas conquista seis medalhas de ouro em Atenas

O Brasil está nas cabeças quando o assunto é água. Os paraolímpicos estão entre os nove do mundo. O país está à frente de potências como Austrália, Rússia e Alemanha. Brasil também é o País da Natação. A modalidade conquistou 11 medalhas: sete ouros, três pratas e um bronze. Em Sydney foram uma de ouro, sete de prata e quatro de bronze.

Ontem, no encerramento das competições, no Centro Aquático Olímpico, não poderia ser melhor para o Brasil e principalmente para um potiguar apaixonado por água: Clodoaldo Silva. Ele bateu o recorde mundial nos 50m livre, que era dele mesmo: 36s24. Agora é de 35s41, arrebatando mais uma medalha de ouro para sua coleção conquistada com muito esforço e dedicação. “Esperei muito por esta prova. Meu objetivo era manter o recorde mundial. Estou muito feliz, pois abaixei o recorde em quase um segundo. Treinei muito para isso e dedico esta medalha a todo o povo brasileiro”, afirmou o tubarão paraolímpico.

Como se não bastassem as cinco medalhas de ouro e uma de prata, Clodoaldo conquistou mais outra dourada no revezamento 4x50 medley. “Esta foi a vitória mais emocionante aqui em Atenas, pois é fruto de um trabalho de equipe muito bem feito e da união do grupo”, disse o atleta. É importante lembrar que Clodoaldo foi o primeiro brasileiro a ganhar medalha de ouro na Grécia, com direito a recorde mundial (200m livre – 2min55s75). O rei das piscinas termina sua participação na Grécia com uma brilhante e surpreendente campanha: seis medalhas de ouro (100m livre, 200m livre, 50m borboleta, 150 medley, 50m livre, 4x50m medley) e uma de prata (4x50m Livre). Em Sydney-2000, a primeira paraolimpíada do nadador, ele conquistou três medalhas de prata nos 100m livre, 4x50m livre e 4x50 medley, além de um bronze nos 50m Livre.

Tecnologia Recordista - A Comissão de Avaliação do Comitê Paraolímpico Brasileiro contribuiu para a evolução do natalense Clodoaldo “Recorde” da Silva, que em agosto de 2002 tinha como sua maior extensão de braçada 1,53m. Em 2004, ela chega a 1,87m. Esta medição se deu por meio do programa ST-2004, batizado como Swimming Test, que é utilizado desde o Mundial de Natação de Mar Del Plata, em 2002. O ST-2004 acompanha e mede a velocidade de saída, virada, nado, média da prova, freqüência e comprimento de braçadas. Como resultado, o atleta chega à competição dentro da sua melhor medida.

Revezamento Campeão – Os meninos do Brasil haviam conquistado o segundo lugar nas eliminatórias do revezamento 4x50 medley, com o tempo de 2min45s00. Mas Francisco Avelino (nado costas), Adriano Lima (peito), Luís Silva (borboleta) e Clodoaldo Silva (livre) não deixaram os japoneses ganharem. Os brasileiros fecharam a prova com o tempo de 2min37s46 e mais uma medalha de ouro. “Fomos perfeitos. Parecia que eu estava vendo esta medalha minutos antes da competição. Eu estava precisando do ouro”, disse Francisco Avelino. “Venho de duas tendinites e de dor no tímpano. Estou muito satisfeito com o resultado”, afirmou Luís Silva, que em Sydney, por causa de uma mudança de classe, se prejudicou com os resultados. Adriano Lima era o mais emocionado. As palavras fugiam, mas o choro estampava a emoção do ouro na última prova da natação brasileira em Atenas.



Palavra de especialista - Segundo o coordenador técnico da modalidade, Gustavo Abrantes, a natação brasileira representou o melhor do Brasil que poucas pessoas conhecem. “Aumentamos na qualidade das medalhas. Desde 2002, Rodrigo, Tatiana e eu começamos a construir um grupo de nadadores de alto nível. A Comissão de Avaliação nos ajudou bastante na parte técnica e científica”, disse Abrantes.



Outras finais do dia – Adriano Lima, nos 50m Livre (S6), ficou em 6º lugar com o tempo de 33s06. Adriano Pereira, nos 50m Costas (S2), ficou em 8º marcando 1min19s75. Genezi Andrade (S3) fez o 5º tempo, com 59s62. Edênia Garcia (S4) em 5º nos 50m Livre (53s88).

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