Depois de 12 meses seguidos de queda nas vendas até novembro do ano passado, o comércio varejista registrou em janeiro deste ano um crescimento de 6,09% em relação a janeiro de 2003. Em dezembro, as vendas haviam aumentado 3,21%. O resultado, conforme divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é o melhor desde janeiro de 2000, quando teve início a Pesquisa Mensal de Comércio e foi influenciado pelas expectativas mais otimistas do cenário econômico em relação ao ano passado.

“A taxa de juros é o principal fator, porque estava bem mais elevada em 2003. A inflação controlada e os sinais de melhoria no aspecto renda e emprego do trabalhador também contribuíram para a recuperação das vendas no varejo”, explicou o coordenador de Serviços e Comércio do IBGE, Nilo Macedo.

O segmento de móveis e eletrodomésticos foi o que registrou o maior crescimento, com taxa de 19,62%, estimulado pela melhoria nas condições de crédito. Hipermercados e supermercados, que representam 40% na composição da taxa global, cresceu 2,87% em janeiro. Em dezembro, o segmento cresceu 1,8% depois de 15 meses em queda. A única atividade com queda no volume de vendas em janeiro deste ano foi combustíveis e lubrificantes (-0,59%).

Dos 27 Estados brasileiros, 21 registraram crescimento nas vendas do comércio varejista. As maiores altas ocorreram em Roraima (33,17%), Mato Grosso (23,90%), Tocantins (22,68%), Rondônia (19,05%), Espírito Santo (14,78%), Santa Catarina (13,20%) e Amazonas (13,17%). Os resultados positivos de São Paulo (6,79%), Rio de Janeiro (7%) e Minas Gerais (7,15%) é que foram determinantes para o avanço do varejo no mês, devido a grande concentração do setor nessas regiões.

A receita nominal de vendas (faturamento bruto) aumentou em janeiro 20,24% na comparação com janeiro de 2003. No acumulado dos últimos 12 meses, a receita nominal cresceu 13,07% e o volume de vendas ficou negativo em 2,89%.