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Reportagem provoca corrida a ''Eldorado'' de empregos
A economia do município de Rio Verde, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitará amanhã (5), é movida pela agricultura, pecuária suínos e frangos, basicamente e pela agroindústria. Considerada uma das regiões mais prósperas do Estado e do país, a cidade viveu há cerca de três meses uma situação insólita, que resultou num grave problema social.
Após a exibição de uma reportagem em rede nacional de televisão, em poucos dias mais de 10 mil pessoas chegaram à cidade em busca da qualidade de vida, da farta oferta de empregos e dos altos salários anunciados. Dos candidatos com curso superior àqueles sem formação profissional, eles lotaram os pequenos hotéis e pensões de Rio Verde.
Qualquer ponto de referência hotéis, lojas, farmácias, postos de gasolina ou bares era procurado pelos desempregados para obter mais informações. Mas quem mais sofreu foram os funcionários do Sine (Sistema Nacional de Emprego): a média de ligações chegou a 700 por dia e longas filas se formaram em busca de uma colocação no que logo chamaram de "Eldorado do mercado de trabalho nacional". Em épocas normais, o Sine recebe 550 pessoas, em média. Nos dias seguintes à divulgação da reportagem pela televisão, o número subiu para 1.000.
Em Rio Verde, do total de vagas de empregos oferecidas, 70% são preenchidas. E deste total, 15% são de pessoas vindas de diferentes regiões do País. Os números do Sine local revelam ainda o recebimento de 30 mil e-mails, 10 mil correspondências e mil mensagens por fax todos os meses. São currículos de jornalistas, dentistas, auxiliares gerais, administradores, entre outros profissionais.
A Divisão de Estatística do Sine local calcula que apenas 6% das pessoas que chegaram à cidade conseguiram algum tipo de colocação. À maioria deles restou o trabalho na informalidade, mas o prefeito Paulo Roberto Cunha informou que já foram providenciados ônibus para que muitos dos candidatos a empregos retornassem a suas cidades de origem.