Terapias a base de vitaminas, antioxidantes e hormônios que prometem retardar o envelhecimento não funcionam, garantem especialistas. Eles avisam que, além de não terem comprovação científica, esses produtos podem aumentar os riscos de diabetes e câncer. O alerta foi feito nesta semana por especialistas brasileiros e estrangeiros na abertura do Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia, no Rio. Para a coordenadora interina da Saúde do Idoso do Ministério da Saúde, Elen Pernin, nenhum remédio pode evitar o envelhecimento.


\"A gente sabe que o processo do envelhecimento é um processo natural e não é através dessas medicações, de hormônios e de vitaminas, que a gente vai conseguir modificar esse processo de uma hora para outra. O ministério, para ter uma posição mais segura a respeito de um tratamento como esse antienvelhecimento chamado, ele precisa de evidências científicas comprovadas e no Brasil ainda , a gente não tem da eficácia desses tratamentos.\"

O geriatra Renato Maia garante que não existe comprovação de que os remédios anunciados para retardar o envelhecimento tenham mais vitaminas do que as frutas e outros alimentos. O geriatra lembra que o único objetivo dos fabricantes desses remédios é ganhar dinheiro.

\"Se nós formos olhar as pessoas no mundo que vivem mais nenhum delas fez nenhum tratamento geriátrico com vitaminas, hormônios, ou nada disso. Quem tem um significado na vida vive muito mais do que aqueles que não têm um significado e pensam com a mão cheia de comprimidos de vitamina. Eu não conheço nenhuma pessoa séria que trabalhe com antienvelhecimento.\"

Para a pessoa envelhecer de maneira saudável, o ministério da Saúde recomenda praticar atividades físicas, se alimentar bem, não fumar, controlar o colesterol, a pressão alta e a glicose e não tomar medicação sem orientação médica.

Reportagem, Hortência Guedes