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Relatório da ONU aponta aumento da criminalidade

Juliana Andrade/ABr - 15 de setembro de 2004 - 08:49

Barcelona (Espanha) – O relatório "Estado das Cidades do Mundo 2004/2005", divulgado nesta terça-feira pelo Programa de Assentamentos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU-Habitat), em Barcelona, mostra que cresceu a criminalidade no Brasil e aponta os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Pernambuco como os mais violentos do país. O relatório atribui o crescimento das taxas de crime no Brasil ao aumento da criminalidade organizada, do tráfico de drogas, de armas de fogo, de seres humanos e de espécies em extinção, envolvendo organizações criminosas internacionais e locais.

Segundo a ONU, a taxa de homicídios entre jovens da América Latina e Caribe aumentou 77% nos últimos 10 anos, em decorrência, principalmente, do uso de armas de fogo. Outra conclusão é que, os adolescentes latinos são tema central no que se refere ao aumento da violência. “Os jovens são freqüentemente organizados em gangues, que usam a violência para satisfazer suas necessidades econômicas e sociais”, ressalta o documento, ao salientar que 29% dos homicídios na América Latina ocorrem entre jovens na faixa de 10 a 19 anos.

O relatório também diz que a legislação brasileira considera a agressão doméstica crime de menor importância, “comparável às brigas de rua e agressores são, com freqüência, soltos rapidamente pela polícia, apenas para retornar para a casa e ameaçar as vítimas, para que não façam denúncias contra eles”. De acordo com a ONU, entre as saídas para esses problemas estão a prevenção e a redução da exclusão social das mulheres.

Outro ponto diz respeito aos crimes sexuais contra as mulheres, que conforme o documento, estão mais expostas a esse tipo de exploração na América Latina, principalmente no Brasil e na Argentina, que em outras regiões do mundo.

Ao citar o exemplo da cidade do Rio de Janeiro, a ONU destaca que as taxas de homicídio no país variam de acordo com dois fatores: renda e região. “Áreas turísticas do Rio de Janeiro têm taxa de homicídio de quatro em cada 100 mil pessoas, o que é comparável às taxas das cidades mais seguras da Europa. Contrariamente, as taxas de homicídio podem ser tão altas quanto 150 por 100 mil pessoas nas favelas, áreas pobres a apenas alguns quilômetros dessas áreas turísticas”.

O relatório aponta ainda ações da organização não-governamental Viva Rio, do Rio de Janeiro, como iniciativas que podem resultar na redução da violência e a proliferação de armas no Brasil.


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