O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), descartou hoje a possibilidade de prorrogação dos trabalhos da comissão. Ele citou como obstáculo para a continuidade as atribulações políticas do ano eleitoral.

"Estamos há meses só naquilo que é consensual. Se tiver uma pessoa que é contra, já não avança. Se não fosse um ano eleitoral, eu assinaria imediatamente a prorrogação", disse.

O prazo regimental de funcionamento da comissão se encerra em 15 de abril. O relatório final deverá ser apresentado no próximo dia 20. O surgimento de novas denúncias de corrupção, porém, levantou o debate sobre a possível prorrogação dos trabalhos da CPMI.

O tempo que ainda resta é curto para investigar, por exemplo, os dados sigilosos das contas do publicitário Duda Mendonça no exterior. As informações, enviadas ao Brasil pela Justiça dos Estados Unidos, só foram liberadas em definitivo para integrantes da CPMI nesta quinta-feira.

Continuação dos trabalhos

Os parlamentares lembram que, após o encerramento dos trabalhos no Congresso, as investigações levantadas pela CPMI devem prosseguir nos órgãos competentes, como a Polícia Federal e o Ministério Público. "O nosso papel é tornar a investigação irreversível, de maneira que a autoridade responsável pela investigação, seja a Polícia Federal ou o Ministério Público, possa dar continuidade", afirmou o sub-relator de Contratos da comissão, deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP).

Na opinião dele, a prorrogação dos trabalhos serviria apenas para transformar a comissão em foco de disputa eleitoral, o que prejudicaria a continuidade das investigações.