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Geral

Regime irregular de chuvas foi responsável por perdas na lavoura de soja em MS

Correio do Estado - 15 de janeiro de 2019 - 08:40

O ano de 2018 registrou uma média total de precipitação de chuvas de 1.660 milímetros, índice positivo e acima do número previsto que é 1.422 milímetros.

A informação divulgada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Agropecuária Oeste), em Dourados, demonstra que não faltou quantidade de chuva, mas sim, regularidade na distribuição.

A análise foi feita pelo agrometereologista da instituição, Carlos Ricardo Fietz, que relembrou informações importantes para compreensão do chamado "veranico" observados nos meses de novembro e dezembro.

"O período de chuvas em setembro e outubro foi positivo para agricultura, enquanto que em novembro registrou-se o período mais chuvoso dos últimos 40 anos, em Dourados. No entanto, em dezembro não choveu e as altas temperaturas resultaram na estiagem que castigou as lavouras em algumas regiões do Estado", pontua.

ANÁLISE TÉCNICA

Conforme o boletim meteorológico da Embrapa Agropecuária Oeste, referente ao mês de dezembro, em Dourados choveu 40% da média histórica prevista para o período. Já em Rio Brilhante foi registrado o maior índice pluviométrico do sul do Estado, enquanto que Ivinhema foi a localidade mais afetada pela estiagem.

"Na minha experiência profissional aqui em Mato Grosso do Sul posso afirmar que é difícil um ciclo de cultivo de soja terminar, sem a ocorrência do verânico. A justificativa é de que os meses de dezembro e janeiro registram normalmente altas temperaturas, contra um solo com baixa capacidade de armazenamento de água", argumenta Fietz.

O pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste recomenda que a melhor técnica para evitar prejuízos, ainda é a irrigação nas lavouras.

"Investir em irrigação pode apresentar um custo mais alto, porém, a probabilidade de prejuízo é quase nula. Afinal, não basta registrar grande quantidade de chuvas, se as precipitações acontem irregularmente", conclui.

ESTIMATIVA E PERDAS

Na 2ª quinzena de dezembro, a projeção inicial de colheita para a safra 2018/2018 de soja em Mato Grosso do Sul foi de 10 milhões de toneladas, semeadas em 2, 82 milhões de hectares.

A informação divulgada pela Associação de Produtores de Soja (Aprosoja/MS) teve que ser revisada e atualizada na semana passada, em razão da ocorrência de estiagem em algumas localidades do norte e sul do Estado.

Em algumas propriedades, as perdas variaram de 20% a 80% da lavoura, o que implicará em queda de 11% na produção apontada inicialmente.

Além disso, a produtividade pode ser impactada, mas, em razão da retomada de chuvas nas últimas semanas, existe uma expectativa de que a produtividade mantenha a média de pelo menos, 50 sacas por hectare.

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