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Reeducandas da Capital são capacitadas em curso de Manicure e Pedicure

Notícias MS/ Keila Terezinha - 16 de abril de 2012 - 13:20

     Campo Grande (MS) – O Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi”, em Campo Grande, iniciou nesta segunda-feira (16) o “Curso Básico de Manicure e Pedicure”, promovido por meio de parceria entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e a Central de Execução de Penas Alternativas (Cepa), ligada à 2ª Vara de Execução Penal da Capital. Dez internas participam do curso.

Com carga horária de 100 horas/aula, a capacitação é ministrada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) – Unidade Beleza e Moda – e envolve aulas teóricas e práticas, tendo em seu conteúdo programático, além das técnicas de embelezamento de pés e mãos e pintura de unhas, noções de relacionamento interpessoal e qualidade no atendimento, caraterísticas das unhas e fiosioanatomia da pele, higienização de materiais e economia aplicada aos profissionais de beleza, entre outros temas.

A qualificação no presídio seguirá o mesmo padrão de qualidade das capacitações realizadas na unidade do Senac, segundo a gerente da Unidade Beleza e Moda, Simone Michel. Durante a aula inaugural, a gerente destacou, ainda, às alunas, que o mercado da beleza está em constante expansão, sendo um grande filão atualmente no campo profissional. “A importância da aparência, da apresentação pessoal, cresceu muito, tanto entre os homens quanto entre mulheres, todo mundo necessita dos serviços de um profissional de beleza”, frisou.

Conforme a coordenadora pedagógica do curso, Queli Mauren, manicures são profissionais muito disputadas pelos salões de beleza. “Antes mesmo de concluirmos as aulas, os salões nos ligam pedindo para indicarmos profissionais, ninguém fica desempregado”, comentou.

Presente na cerimônia de lançamento do curso, o diretor-presidente da Agepen, Deusdete Oliveira, destacou que a qualificação profissional é muito importante para que elas consigam um emprego digno quando deixarem a prisão. “Mas é importante que vocês se dediquem, que sejam boas naquilo que estão fazendo, e que vocês façam esse curso enxergando nele uma oportunidade para a melhoria de vida”, disse às alunas.

A coordenadora da Cepa, Luiza Guimarães, também acompanhou a aula de abertura e enfatizou que a Cepa e o Poder Judiciário da Capital têm enfocado a destinação de recursos provenientes de penas pecuniárias em ações de qualificação à população carcerária como meio de reinserção social, já tendo financiado cursos tanto em unidades de regime fechado, quanto de semiaberto e aberto, capacitações em diferentes áreas, como no ramo de alimentação e costura, entre outros. “Agora, a escolha pelo curso de manicure e pedicure aqui no feminino se deve ao retorno rápido e a facilidade em se trabalhar na área, podendo essas internas facilmente trabalhar nessa profissão quando estiverem em liberdade”, explicou.

Recomeço

Uma das participantes do curso, a reeducanda Solângia Silva Santos, 39 anos, vê na qualificação “uma grande oportunidade” em sua vida. Com pouco estudo e sem nunca antes ter participado de cursos profissionalizantes, ela acredita que a capacitação e o certificado em mãos serão um grande diferencial no novo estilo de vida que pretende traçar. “Nunca aprendi a fazer nada e me envolvi com o crime, estou apostando nesse curso, que é uma área que eu gosto muito e tenho interesse em trabalhar, para quando eu sair daqui”, garantiu. “E eu acredito que é uma profissão mais fácil de eu me encaixar, porque eu posso trabalhar por conta, basta eu caprichar e conquistar uma clientela”.

Outro ponto positivo de se participar do curso, conforme Solângia, é a melhoria da autoestima. “A gente sai um pouquinho daquele mundinho da cela, se sentido rejeitada, a gente se sente valorizada, sente que tem uma oportunidade de viver melhor”, ressaltou.

Já a interna Daniela Trindade contou que já tem noções do trabalho e está de olho no certificado e no aperfeiçoamento profissional viabilizados pelo curso. Conforme a custodiada, já sentiu na pele a dificuldade em trabalhar devido à falta de formação técnica e de um diploma em mãos. “Já tentei trabalhar em salões e não consegui, agora tenho certeza que vou aprender novas técnicas e poderei apresentar um diploma de uma escola boa”, enfatizou.

De acordo com a diretora do estabelecimento penal, Mari Jane Boleti Carrilho, a capacitação prossegue até junho e em julho já está programado um curso de cortes de cabelo. “E estamos em andamento com um curso de culinária, com 12 internas sendo qualificadas”, informou.

Segundo Mari Jane, a meta da direção do presídio é que até o final deste ano 100% das internas sejam capacitadas. “O oferecimento da qualificação profissional na unidade penal é muito importante, pois traz a elas um novo olhar para o futuro, traz perspectivas de uma vida melhor”.

As aulas do “Curso Básico de Manicure e Pedicure” no presídio feminino da Capital acontecem de segunda a sexta-feira, no período matutino. Inicialmente, as alunas participam das aulas teóricas, com previsão de início da parte prática na semana que vem.

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