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Redução do Estado pode gerar R$ 990 milhões ao governo, diz secretário

Correio do Estado - 04 de abril de 2019 - 07:40

Amparado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o ministro da Economia, Paulo Guedes, encontrou clima tenso na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) nesta quarta-feira (3).

O ministro de Jair Bolsonaro bateu boca com parlamentares da oposição já na primeira meia hora da sessão, que discute a proposta de reforma da Previdência.

"O Chile tem US$ 26 mil de renda per capita, o dobro do Brasil. A Venezuela deve estar melhor, né?", afirmou o ministro quando deputados da oposição gritaram no plenário da comissão que a reforma da Previdência tornaria o Brasil o vizinho latinoamericano, com um modelo privatizado de seguridade social.

O ministro falaria direto por 20 minutos, sem perguntas de parlamentares. No entanto, o entrevero disparou uma confusão na comissão.

Deputados do PSOL levantaram cartazes com dizeres como "PEC da Morte" e "Reforma para banco lucrar", e o deputado Henrique Fontana (PT-RS) e Guedes bateram boca. "Se você falar eu vou falar também", afirmou Guedes a Fontana.

O presidente da comissão, Felipe Francischini (PSL-PR), tentava retomar a sessão e pedia decoro, sem sucesso, aos seus pares. "Isso aqui não é briga de rua", afirmou Francischini.

Depois de cerca de cinco minutos, o ministro pediu desculpas e disse que é "muito respeitoso", mas emendou em uma provocação. "Eu cometi o erro de falar sobre a Venezuela, e vocês cometeram o acerto de falar sobre o Chile. Eu acho que a Previdência deve ser maior em um deles", disse.

Em outro momento, ele se dirigiu a um deputado da oposição que fazia questionamentos, e disse que não cairia na mesma provocação do começo. Depois, disparou: "eu esperei todo mundo falar. Agora é a minha vez, não é?"

O clima fez com que deputados de ambos os lados levantassem questões de ordem contra o outro. Gilson Marques (Novo-SC) pediu para que os cartazes fossem proibidos e Maria do Rosário (PT-RS) que o ministro fosse advertido pelo presidente do colegiado por sair do tema. Francischini negou os dois pedidos.

Guedes chegou flanqueado pelo presidente da Casa, que se sentou à mesa da comissão. O procedimento não é praxe na Casa, e fez parte do acordo costurado com o ministro para que ele comparecesse à reunião, depois de desmarcar na terça-feira (26) da semana passada.

Deputados citaram reportagens do jornal Folha de S.Paulo para questionar o ministro. Flávio Gomes (PSB-SP) utilizou reportagem de 13 de fevereiro em que Guedes afirmou que empresários que pedem subsídios ao governo quebraram o país. Depois, também citou texto que mostrou que servidores questionam o discurso de que a reforma ataca privilégios.

Depois, Paulo Teixeira (PT-SP) citou reportagem de novembro de 2018, que mostrou que o ministro fez fortuna apostando contra ou a favor de planos econômicos. O parlamentar entrou com um requerimento para conseguir o Imposto de Renda de Guedes, afirmando se tratar de conflito de interesses.

Nem só deputados da oposição criticaram a proposta da Previdência apresentada pela gestão Bolsonaro. O líder do PMN, Eduardo Braide (MA) criticou as mudanças no BPC e aposentadoria rural e defendeu que a reforma tributária fosse feita antes.

Já deputados do PRB, como João Roma (BA), cobraram maior envolvimento do governo com a reforma. "Gostaria que o governo abraçasse isso, não lavasse as mãos", afirmou.

Depois de questionar Guedes sobre pontos da reforma, a deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ) concluiu: "espero que o ministro tenha boa memória, porque fiz várias perguntas e não vi nenhuma anotação".

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