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Reajuste do mínimo trará R$ 80 milhões à economia de MS

Aline Rocha e Fernanda Mathias / Campo Grande News - 02 de maio de 2005 - 12:56

A economia de Mato Grosso do Sul deve ter uma injeção extra de pelo menos R$ 80 milhões ao longo deste ano, chegando a R$ 130 milhões, com o aumento de R$ 40,00 no salário mínimo. A projeção é do economista Ricardo Senna, levando em conta na previsão mais modesta somente o público assalariado, cerca de 245 mil pessoas, e na segunda os impactos também de quem ganha mais que o mínimo.
Esses valores consideram todos os salários de maio a dezembro, além de férias e décimo-terceiro. Em âmbito nacional serão R$ 13 bilhões a mais ao longo deste ano somando todas as faixas salariais. A participação de Mato Grosso do Sul tem sido de 1% nesta riqueza (daí se chega aos R$ 130 milhões). O comércio, especialmente de bens de consumo (alimentos e roupas, por exemplo), é quem mais deve se beneficiar disso.
Em vigor desde este domingo dia 1° de maio, o salário mínimo reajustado em 15,38%, subindo de R$ 260,00 para R$ 300,00, traz um ganho real no poder de compra. A alta também será para os aposentados e pensionistas da Previdência Social com benefícios até o valor do salário mínimo.
O aumento real do salário mínimo foi de 7,18%, se considerada a inflação estimada entre maio de 2004 e abril de 2005 que é de 8,24%, segundo o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor - Amplo). De acordo com o economista Ricardo Senna, o ganho foi maior do que era esperado. “A alta não foi substancial, mas representa um do ganho dos trabalhadores e o controle da inflação”, explica.
O economista compara que no ano de 2002 (com alta em 1° de abril para R$ 200), com um salário mínimo era possível comprar 1,4 cesta básica. Ele explica que a projeção para os próximos meses, se considerados os últimos dados a respeito do valor da cesta, o trabalhador aumenta seu poder de compra podendo comprar 1,9 cesta básica.
Durante entrevista coletiva em Brasília, o presidente da República Luis Inácio Lula da Silva, afirmou que “quando se trata de salário mínimo, qualquer que seja o número, ele será baixo, por isso que ele será o mínimo. Nós precisamos trabalhar de forma intensa no Brasil para que se tenha uma melhoria muito grande no processo educacional, na formação profissional, para que os trabalhadores brasileiros não ganhem salário mínimo, ou seja, ganhem sempre um pouco mais do que o mínimo, como acontece com os trabalhadores das indústrias mais sofisticadas no Brasil”.
Conforme informações da Agência Brasil, cerca de 25% do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deverá ser alimentado pela entrada em circulação na economia do valor adicional em torno da correção do valor do salário mínimo. Conforme o economista, essa renda adicional também trará maior arrecadação para os governos. A arrecadação tributária do governo federal, deverá aumentar R$ 3 bilhões.
Esse aumento deverá contemplar algumas necessidades básicas dos trabalhadores, segundo estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio Econômicos), como incrementar a cesta básica, que no mês de março a individual custou R$ 155,97, conforme pesquisa da Seplanct (Secretaria de Estado de Planejamento e de Ciência e Tecnologia) e Unaes.
Esse aumento do salário vem acompanhando pela alta de 10% a 15%no pão francês, ficando em uma média de R$ 0,25 a R$ 0,30, segundo o Sindicato da Indústria de Panificação.
Com o aumento de R$ 40, o trabalhador pode usar para comprar 133 pães ou utilizar o transporte coletivo durante 22 vezes.
O salário mínimo surgiu no Brasil em 1940 e desde já foi alterado 116 vezes. De acordo com o Dieese, para valer o mesmo de 65 anos atrás, ele deveria estar em R$ 901,78.

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